sexta-feira, 20 de agosto de 2010

CORRUPÇÃO NA PREFEITURA?

É grave a conclusão da sindicância interna, comandada pela Secretaria da Administração, que investigou a atuação do fiscal Valdir Piacenti, da Prefeitura de Rio Preto. As investigações apuraram fortes indícios de que Piacenti desviou dinheiro destinado ao cofre público municipal. A verba seria referente a taxas pagas por vendedores ambulantes para trabalharem esporadicamente nas duas da cidade. Processo administrativo contra Piacenti será instaurado amanhã pelo secretário da Administração, Inácio Buzzini de Oliveira, para aprofundamento das investigações. Se for comprovada a irregularidade, será o primeiro caso de corrupção da gestão Valdomiro Lopes e o fiscal pode ser demitido. A sindicância contra Piacenti foi instaurada em abril deste ano, depois que os vereadores Marco Rilo e Pedro Roberto (Psol) procuraram a Polícia Civil para denunciar que o fiscal estaria cobrando a taxa dos ambulantes sem repassar os respectivos valores à Prefeitura. À época, o depoimento de três vendedores ao delegado Genival Santos, titular do 1º DP, reforçaram as suspeitas contra o fiscal. Os trabalhadores afirmaram ao delegado que efetuaram o pagamento, em dinheiro, diretamente ao fiscal, prática que desrespeita a regra da administração municipal.

Ao ser ouvido pela Polícia Civil, Piacenti admitiu que recebeu o dinheiro dos ambulantes, mas disse que pagaria as taxas no Poupatempo e devolveria os comprovantes aos trabalhadores. Bastante estranho, para não dizer suspeito, esse ato benevolente do fiscal. Qual o interesse de se fazer de office boy dos ambulantes? Teria ele tempo sobrando para, gratuitamente, enfrentar filas no Poupatempo no lugar dos trabalhadores? Agiu assim por esmero funcional, para garantir que o cofre público receberia o tributo? São questões que os responsáveis pelo processo administrativo deveriam fazer ao fiscal. Inadmissível que um servidor se valha da sua condição de funcionário municipal para achacar ambulantes e comerciantes ou desviar verba pública. O Poder Executivo tem o dever de apurar com rigor a denúncia e, se for o caso, responder com punição exemplar. Ou seja, expulsando o funcionário corrupto do quadro de servidores. Como afirmou o secretário de Comunicação, Deodoro Moreira, “um governo sério não admite casos de corrupção”.

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