Corrupção é um mal que deixa conseqüências nocivas altamente prejudiciais em todos os aspectos independentemente do tipo de corrupção que seja praticada. Quando é praticada no setor público, onde ela é mais conhecida e mais notória, o escopo da nocividade é muito mais amplo e a complexidade muito mais alta. No Brasil, na atualidade, é muito comum ter notícias ou alguma informação a respeito de atos de corrupção sendo praticados em todas as instâncias dos três poderes, executivo, legislativo e judiciário. O que deve ser feito para que o nível de corrupção em nosso país diminua significativamente? Quais são os valores estimados de perdas por causa da corrupção no setor público brasileiro?
Deve-se ter em mente que os beneficiados da corrupção não são somente os agentes públicos. Estes obtêm ganhos indevidos quando praticam atos contrários às leis e ao interesse público, mas os maiores beneficiados são os agentes privados que geralmente são responsáveis pela viabilização das maiores corrupções que ocorrem em nosso país envolvendo agentes públicos. Os beneficiados pela corrupção são poucos, geralmente apenas os integrantes do esquema, mas os perdedores são muitos. Corrupção pode prejudicar os investimentos, a geração de empregos, diminui a confiança do público em geral com relação ao governo e o que ele faz. As pessoas sempre ficam desconfiadas quando o governo realiza compras ou constrói alguma obra, imaginando que pode ter ocorrido algum tipo de suborno.
Em um excelente trabalho da equipe de economistas da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), foi estimado o valor provável do custo da corrupção praticada no Brasil. Segundo este estudo, o custo da corrupção em nosso país é de, no mínimo de R$ 41,5 bilhões. Esse valor corresponde a 7,4% de todos os investimentos realizados no período de um ano em todo o país ou a 27,08% de todos os gastos com educação realizados pelos Estados, Municípios e pela União. Se esse dinheiro perdido com a corrupção fosse totalmente aplicado no Sistema Único de Saúde (SUS) poderia quase que dobrar o número de atendimento médico-hospitalar por esse sistema. Na verdade, esse montante de perda ocorre em razão do nível de corrupção no Brasil ser superior uma cesta de países. Se a comparação fosse realizada considerando a corrupção efetivamente existente atualmente com a situação de inexistência de corrupção, então o nível de custos seria muito maior, custaria um valor de R$ 69,1 bilhões.
Não resta nenhuma dúvida que a corrupção deve ser combatida com todas as formas e meios. O custo que se tem com a burocracia, com a morosidade do poder judiciário, a não clareza nas compras públicas, principalmente na maioria das prefeituras, são algumas das fontes onde pode surgir corrupção. O poder legislativo tem a obrigação de elaborar e aprovar leis que levem à desburocratização no poder público, facilitando e simplificando a ações que estejam relacionadas com o público. As compras de produtos, serviços e obras devem todas realizadas por meio de pregão eletrônico que é forma menos propícia a ocorrer algum tipo de corrupção. Sabemos que poucas prefeituras utilizam esse mecanismo em suas compras. Está mais que na hora que haver uma obrigatoriedade na utilização desse instrumento nas compras de todos os órgãos públibico
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