Está mais fácil conquistar um emprego para quem passou dos 40
Maceió não está entre as capitais pesquisadas pelo Ipea, mas, de acordo com o Sine de Alagoas, a oferta de vagas para essa faixa etária, também tem aumentado no Estado.
Trabalhadores com mais de 40 anos ganham espaço no mercado
Assessoria Secretaria do Trabalho
Alagoas - Para sair do sufoco, muitas empresas estão apostando em profissionais mais experientes. É o que diz a pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revelando que a oferta de emprego para trabalhadores entre 40 e 55 anos, aumentou de março a maio deste ano.
Segundo o estudo, publicado em nota técnica no dia 22 de julho, o mercado ainda é dominado pelos mais jovens. A pesquisa foi realizada em seis capitais do país e revela o comportamento do mercado brasileiro como reflexo da crise financeira.
Maceió não está entre as capitais pesquisadas pelo Ipea, mas, de acordo com o Sine de Alagoas, a oferta de vagas para essa faixa etária, também tem aumentado no Estado, e geralmente cerca de 10 vagas ofertadas pelo órgão para pessoas acima de 40 anos, são para as áreas da construção civil, industrial e técnico de segurança do trabalho.
Para a economista Tereza Kelly, em momentos de crise, é natural que o mercado absorva mão de obra de pessoas mais experientes. “Com a crise as empresas passam a preferir as pessoas que têm experiência, que vivenciaram a década de 80, uma década de várias crises e planos econômicos. São pessoas que podem contribuir mais em momentos de crise”, explica a economista.
José Luiz tem mais de 40 anos e trabalha há quase de vinte anos como recepcionista de um hotel em Maceió e se sente mais seguro na função em que exerce. “É questão de responsabilidade, de controle emocional e vários outros fatores importantes”, destaca o profissional.
Os trabalhadores com essa faixa etária dizem que podem transmitir para os que estão chegando a experiência de mercado, vivenciada desde jovens. Um em cada quatro trabalhadores brasileiros tem 40 anos ou mais. São cerca de 35 milhões de pessoas. Embora algumas ainda se queixem de preconceito, a maioria prova, diariamente, que ideias não envelhecem e que experiência só enriquece o trabalho.
Especialistas em recursos humanos dizem que as empresas têm muito a ganhar com um ambiente de trabalho diversificado, com funcionários novos e também mais experientes.
População em idade ativa
Entre março e maio de 2009, na comparação com igual período do ano passado, as seis principais regiões metropolitanas brasileiras incorporaram 505 mil novas pessoas no total da PIA (População em Idade Ativa).
Desse total, 250 mil pessoas assumiram a condição de inatividade, o que significa que não realizam nenhum tipo de trabalho nem procuram realizar. Outros 255 mil ingressaram no mercado dentro do PEA (População Economicamente Ativa).
Dessas 255 mil pessoas que ingressaram no grupo da População Economicamente Ativa, somente 95 mil obtiveram algum tipo de ocupação. A parte restante de trabalhadores (160 mil trabalhadores) tornou-se desempregada, o que equivale a 62,8% do total de ingressantes no mercado de trabalho.
Maioria dos desempregados é jovem
Segundo o Ipea, desses 160 mil trabalhadores desempregados, a maioria (62,6%) tem entre 24 e 39 anos. Para o caso dos 95 mil que conseguiram alguma ocupação, 128 mil novas vagas foram para quem tinha entre 40 e 55 anos de idade e 124 mil postos de trabalho acabaram sendo preenchidos por profissionais com mais de 55 anos.
O estudo conclui que a crise mostrou seus reflexos no mercado de trabalho das seis principais regiões metropolitanas no Brasil, mas o aumento do desemprego, que não se restringe a fatores sazonais, não se mostrou igual para todas as faixas etárias. Além disso, o fechamento de postos de trabalho informais e de não-assalariados se mostrou mais intenso para os segmentos de trabalhadores com até 39 anos de idade. Aparentemente, empresas que oferecem ocupações informais e não-assalariadas parecem ter sido as mais penalizadas pela criseRene
Nenhum comentário:
Postar um comentário