sexta-feira, 31 de maio de 2013


ARMAS E AÇÚCAR

O obscuro mundo dos

 contratos paralelos

Mais governos estão insistindo na ideia de que fabricantes de armas

 invistam em negócios paralelos para que possam desenvolver 

seu setor. Esta é uma péssima ideia

Imagine um cenário em que a Apple só pode vender iPhones no Brasil
 caso destine 20% de sua receita estimada no país a investimentos em
 empresas de tecnologias locais. Isso pode parecer absurdo, mas é o que
 acontece quando governos compram armas de fornecedores estrangeiros.
Em contratos de aquisição de equipamentos é praxe complementar o
 negócio principal com um contrato paralelo, em geral confidencial, 
que estipula investimentos adicionais que o vencedor deve fazer em 
projetos locais ou então pagar uma multa. Bem-vindo ao obscuro 
mundo das “contrapartidas”.
A prática surgiu na década de 50, quando Dwight Eisenhower forçou a
Alemanha Ocidental a comprar equipamentos de defesa americanos para 
compensar os custos de manter tropas lotadas na Europa. Desde então 
o expediente se disseminou continuamente e agora é praticado em 120 
países; há um periódico próprio da área e um circuito de conferências 
agitado. A última reunião, organizada pela Global Offset and Countertrade
 Association, aconteceu na semana passada, na Flórida.
Executivos de defesa, funcionários públicos e intermediários se reuniram sob
 previsões de que o setor pode dobrar de tamanho nos próximos anos.
 No entanto sua própria estrutura serve para escamotear um aumento 
nos passivos financeiros desconhecidos das empresas. Tal prática, 
argumentam seus críticos, também fomenta a corrupção, sobretudo
em países pobres.
*Texto traduzido e adaptado da Economist por Eduardo Sá
FONTE OPINIÃO   &  NOTICIA

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