Sob protestos de professores e de funcionários da área da Saúde, o governador de São Paulo, José Serra, voltou a minimizar hoje a greve dos docentes da rede estadual de ensino, durante visita a Ribeirão Preto (SP). "Não tem greve, isso é um movimento que não significa nada", disse Serra após cerimônia que marcou a inclusão do setor de reabilitação do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP) na rede Lucy Montoro.
Antes da cerimônia, a Polícia Militar agiu contra o diretor regional do Sindicato dos Trabalhadores na Saúde do Estado de São Paulo, Ricardo Oliveira, e tomou um megafone que ele carregava. Revoltado, Oliveira prometeu processar a Polícia Militar e perguntou ao tenente coronel da PM Salvador Loureiro onde o equipamento estava. "Boa pergunta? Cadê o megafone?", repetiu Loureiro.
Já um grupo de professores foi impedido de entrar no local do evento, um deles disse que foi agredido pela Polícia Militar, e o protesto seguiu do lado de fora. Os gritos dos professores, isolados na parte externa, e de funcionários da Saúde, que conseguiram entrar, puderam ser ouvidos durante o discurso de Serra. Um professor solitário conseguiu entrar no evento e entregar uma carta a um segurança do governador, que não deu atenção.
Ao citar os valores dos investimentos na ala de reabilitação e ainda em uma unidade de radioterapia do HC da USP, Serra foi interrompido várias vezes pelos manifestantes do setor de Saúde, os quais foram vaiados pela maioria dos presentes. "Para de inaugurar maquete, Serra" e "Para Saúde não tem nada?", disse um deles. De fato, a ala do HC já funciona desde 2007 e a cerimônia marcou apenas a inclusão na rede Lucy Montoro. Um novo prédio deve ficar pronto em 2011.
Possível candidato do PSDB à eleição presidencial de 2010, Serra evitou ainda falar em política. Disse que estava em uma ação de governo e que não iria misturá-la com a candidatura a presidente da República. Indagado quando ele iria falar como candidato, Serra resumiu: "acho que você vai cansar de ouvir", concluiu o governador.
Fonte:Estadão
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