NEGÓCIOS
Após incentivos fiscais,
Companhia Siderúrgica do
Atlântico ameaça desligar
alto-forno
Além de falta de demanda por aço, a usina enfrenta problemas trabalhistas
e ambientais
A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), situada em Santa Cruz, zona
oeste do Rio de Janeiro e inaugurada em 2010, tem enfrentado sérios problemas
financeiros. A planta, uma das maiores siderúrgicas do Brasil e da América
Latina, já recebeu R$ 695 milhões em alívio fiscal e ameaça agora desligar um
de seus alto-fornos, o que causa preocupação entre funcionários e autoridades.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse que caso isso aconteça,
os incentivos fiscais da usina serão cortados. De acordo com fornecedores da
usina, construída em uma parceria entre a Vale (26,87%) e o grupo siderúrgico
alemão ThyssenKrupp, os rumores do fechamento de um dos dois alto-fornos
da usina já circula há meses. A empresa alemã colocou sua parte da usina à
venda desde maio de 2012.
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As dificuldades financeiras da CSA são consequência da falta de demanda
por aço. Segundo a World Steel Association (Associação Mundial de
Siderúrgicas), atualmente o mundo sofre com um excesso de produção
de aço. Anualmente são produzidos 526 milhões de toneladas de aço, e
com a crise econômica de 2008, a demanda pelo produto caiu drasticamente
e não se recuperou. Com isso, a ThyssenKrupp já acumula um prejuízo de
781 milhões de euros entre outubro de 2011 e junho de 2012.
A ThyssenKrupp afirmou que caso a decisão de fechar um alto-forno seja
levada adiante, as demissões serão inevitáveis: “Temos um grande problema
com a alta capacidade mundial de produção e a demanda fraca, o que já
fez gigantes, como a Arcelor Mittal, desligar dez dos seus 32 alto-fornos”
, disse um porta-voz.
A usina, que tem 5.500 funcionários, produz hoje apenas metade de sua
capacidade total. Quando foi inaugurada, chegou a empregar 30 mil pessoas
A área ocupada pela usina em Santa Cruz é equivalente a duas vezes os
bairros de Ipanema e Leblon juntos (aproximadamente 10 milhões de
metros quadrados).
Além dos problemas financeiros, a CSA também enfrenta ações do Ministério
Público do Trabalho, contra a vinda de trabalhadores chineses, e do
Ministério Público do Rio, por crime ambiental. A crise econômica mundial
também prejudicou os negócios da usina, que teve que lidar com aumento do
custo da mão-de-obra e variações cambiais.
FONTE OPINIÃO & NOTICIA
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