sábado, 1 de setembro de 2012


NEGÓCIOS

Após incentivos fiscais, 

Companhia Siderúrgica do 

Atlântico ameaça desligar 

alto-forno

Além de falta de demanda por aço, a usina enfrenta problemas trabalhistas

 e ambientais



A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), situada em Santa Cruz, zona
 oeste do Rio de Janeiro e inaugurada em 2010, tem enfrentado sérios problemas
 financeiros. A planta, uma das maiores siderúrgicas do Brasil e da América
 Latina, já recebeu R$ 695 milhões em alívio fiscal e ameaça agora desligar um
 de seus alto-fornos, o que causa preocupação entre funcionários e autoridades.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse que caso isso aconteça,
 os incentivos fiscais da usina serão cortados. De acordo com fornecedores da 
usina, construída em uma parceria entre a Vale (26,87%) e o grupo siderúrgico
 alemão ThyssenKrupp, os rumores do fechamento de um dos dois alto-fornos 
da usina já circula há meses. A empresa alemã colocou sua parte da usina à 
venda desde maio de 2012.
As dificuldades financeiras da CSA são consequência da falta de demanda
por aço. Segundo a World Steel Association (Associação Mundial de 
Siderúrgicas), atualmente o mundo sofre com um excesso de produção 
de aço. Anualmente são produzidos 526 milhões de toneladas de aço, e 
com a crise econômica de 2008, a demanda pelo produto caiu drasticamente 
e não se recuperou. Com isso, a ThyssenKrupp já acumula um prejuízo de
 781 milhões de euros entre outubro de 2011 e junho de 2012.
A ThyssenKrupp afirmou que caso a decisão de fechar um alto-forno seja 
levada adiante, as demissões serão inevitáveis: “Temos um grande problema 
com a alta capacidade mundial de produção e a demanda fraca, o que já 
fez gigantes, como a Arcelor Mittal, desligar dez dos seus 32 alto-fornos”
, disse um porta-voz.
A usina, que tem 5.500 funcionários, produz hoje apenas metade de sua 
capacidade total. Quando foi inaugurada, chegou a empregar 30 mil pessoas
A área ocupada pela usina em Santa Cruz é equivalente a duas vezes os
bairros de Ipanema e Leblon juntos (aproximadamente 10 milhões de 
metros quadrados).
Além dos problemas financeiros, a CSA também enfrenta ações do Ministério
Público do Trabalho, contra a vinda de trabalhadores chineses, e do 
Ministério Público do Rio, por crime ambiental. A crise econômica mundial
 também prejudicou os negócios da usina, que teve que lidar com aumento do 
custo da mão-de-obra e variações cambiais.
FONTE OPINIÃO & NOTICIA

Nenhum comentário:

Postar um comentário