Já chega a 450 pessoas mortas e aproximadamente 720.000 pessoas afetadas com as chuvas
As regiões Sul e Sudeste são as que, historicamente, mais sofrem com a temporada de chuvas no país. Entre dezembro de 2010 e os sete primeiros dias de 2011, as duas regiões contabilizaram mais de 720 mil pessoas afetadas pelos temporais: cerca de 620 mil no Sudeste e 100 mil no Sul, segundo a Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Em dezembro de 2009, o total de pessoas afetadas era menor: 291.462, mas o número de mortes era bem maior. No último mês daquele ano, as duas regiões contabilizaram 61 mortes, sendo uma no Sul e 60 no Sudeste. Até esta sexta-feira (7), Sul e Sudeste juntas tinham 33 óbitos, sendo cinco no Espírito Santo, 16 em Minas Gerais, 11 em São Paulo (o relatório da Defesa Civil de SP contabilizava apenas nove mortes até o final da manhã desta sexta), e somente um na região Sul, em Santa Catarina.
No Rio de Janeiro, três pessoas morreram em Petrópolis (região serrana) após deslizamento de terra. Entretanto, a Defesa Civil do Estado não contabiliza essas mortes.
A explicação para a diminuição desses números está no menor volume de chuvas em grande parte das cidades dessas regiões e também no trabalho de prevenção da Defesa Civil, que foi reforçado desde as fortes chuvas do ano passado. No Rio de Janeiro, em dezembro passado, a Defesa Civil disponibilizou 2.000 agentes para coordenar as primeiras ações em áreas de alagamento, deslizamento de encosta e risco de desabamento de 79 comunidades.
Segundo Humberto Viana, assessor especial do novo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra de Souza Coelho, o monitoramento está sendo feito em todos os Estados, e as ações preventivas foram intensificadas.
Chuvas
Apesar de o volume de chuvas desta temporada nas regiões Sul e Sudeste ser menor do que o da anterior, os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais, especificamente, estão sendo mais castigados agora.
Segundo o meteorologista da Coordenação Geral de Desenvolvimento e Pesquisa do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) de Brasília, Mozar de Araújo Salvador, em dezembro passado, o volume de chuvas no Espírito Santo alcançou a marca de 208,4 mm. No mesmo período de 2009, o volume foi de 143,6 mm.
Em Minas, ainda segundo o Inmet, choveu 293,2 mm em dezembro de 2010 . Na mesma época de 2009, o volume também foi menor: 143,6mm. Dezesseis pessoas já morreram no Estado e 59 cidades decretaram situação de emergência.
Mozar explicou que janeiro ainda está no começo e a previsão para os próximos dias é de que a chuva continue intensa.
- No bimestre dezembro-janeiro passado, as chuvas ficaram bem acima da média histórica em grande parte das regiões Sul e Sudeste e, para os próximos dias, a tendência é que mais uma vez os acumulados fiquem acima da média em São Paulo, Rio de Janeiro e centro-sul de Minas Gerais.
O meteorologista diz que, neste ano, as regiões estão sob o efeito do fenômeno La Ninã.
- Em janeiro de 2010, o volume de chuvas ficou acima da média nos três Estados, mas, neste ano, a região tem sido afetada pelo fenômeno La Niña, que tende a provocar uma redução na precipitação. Os prognósticos climáticos indicam que esse comportamento deve persistir. Ou seja, as chuvas para a região devem se concentrar mais no interior de Santa Catarina e no Paraná, enquanto o Rio Grande do Sul deve ficar com chuvas na sua faixa normal ou abaixo.
Em São Paulo, o volume de chuvas de dezembro de 2010 e 2009 foi parecido: 343,1 mm e 363,7 mm, respectivamente.
No Paraná, choveu mais em dezembro de 2010: 322,1 mm contra 171,7 mm. Já em Porto Alegre, a queda no volume das chuvas foi grande. De 143,8 mm, em dezembro de 2009, para 90,7 mm no mesmo período do ano passado.
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