Brasil é descrito como
“faroeste do século 21”
pelo jornal Le Monde
Publicado em 26-03-2017 M
Ecologistas são vítimas de assassinatos em série no Brasil, denuncia Le MondeReprodução
O jornal francês Le Monde
traz em sua edição deste
domingo (26) uma reportagem
sobre o assassinato de
ecologistas no Brasil. O
jornal relata que 61 militantes
foram mortos apenas em 2016.
A reportagem da correspondente do
vespertino no Brasil começa contando
a história de Waldomiro Costa Pereira,
assassinado no hospital de
Paraupebas, no Pará. O texto explica
que o militante ecologista – que
já tinha sido vítima de um ataque – era
membro de um “um desses
batalhões de brasileiros em guerra contra
a voracidade dos grandes
latifundiários, dos gigantes agrícolas e
dos grupos de mineração”.
O texto traz dados da Ong Global Witness,
que afirma que 207 militantes
ecologistas e defensores dos direitos
humanos foram assassinados no
Brasil entre 2010 e 2015: “um recorde
mundial”, analisa o jornal francês
, lembrando que em Honduras, que
também vive esse tipo de problema,
cerca de 100 assassinatos foram
registrados no mesmo período. Porém,
como ressalta o vespertino, o país da
América Central tem uma
população 25 vezes menor que a
brasileira. Segundo Danicley Aguiar,
militante do Greepeace citado pelo jornal
francês, casos como a morte
de Waldomiro representam “um crime
bárbaro e inaceitável, mas que
se tornou banal”.
“E o fenômeno se amplifica”, continua
a reportagem, que fala do Brasil
como um “Faroeste do século 21”.
“Trinta anos após a morte do militante
sindical Chico Mendes, a violência
parece continuar enraizada no
interior do país”, analisa.
A correspondente do Le Monde também
explica que a região amazônica
não é a única a sofrer com esse tipo de
violência. A reportagem lista
casos recentes no Rio Grande do Sul ou
ainda no Rio de Janeiro.
Para a jornalista, esses assassinatos
revelam a cobiça pelos
recursos naturais abundantes do Brasil.
“Desde os anos 1990, o país,
que enfrenta a desindustrialização,
preferiu se concentrar em uma
política de desenvolvimento baseada na
exportação de
matérias-primas, o que estimula as
disputas pela terra e a
resistência dos agricultores”, tenta explica
Danicley Aguiar.
O texto também comenta o papel da
Justiça, que além de ser lenta,
não se aprofunda nas investigações e
registras baixas taxas de
condenação dos crimes cometidos.
Baseada nos testemunhos
de especialistas, a
reportagem do Le Monde alerta para
os riscos
de piora desse “panorama que já
é apocalíptico”, principalmente por
causa da crise econômica que sacode
o país desde 2015 e "incitao Estado a
defender as multinacionais".
defender as multinacionais".
http://br.rfi.fr/brasil/20170326-brasil
-e-descrito-como-faroeste-do
-seculo-21-pelo-jornal-le-monde
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