quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

UM POUQUINHO DE UM PAIS CHAMADO BRAZIL FORA TEMER FORA QUADRILHA FORA REDE GLOBO GOLPISTA

Se arrependeu? Dallagnol 

diz que Dilma tinha boas 

propostas contra corrupção 

em coletiva



POSTED BY: ADMIN 

DECEMBER 1, 2016

Carta Capital
O desafio feito pela Câmara ao 

Judiciário e à Operação Lava Jato

na madrugada desta quarta-feira 30, ao aprovar no pacote anticorrupçãouma 

emenda que estabelece crime de

responsabilidade para juízes e

 integrantes do Ministério

Público, recebeu na tarde desta 

quarta a resposta da força-tarefa

que investiga os cri
mes na Petrobras e outros órgãos públicos.

 Em entrevista coletiva, os procuradores da Lava Jato ameaçaram
 abandonar a operação caso o texto seja sancionado por Michel Temer.
“A nossa proposta é de renunciar coletivamente caso essa
 proposta venha a ser sancionada pelo presidente”, afirmou 
Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos procuradores da
 Lava Jato.
Lima criticou o texto da emenda, afirmando que ele
 responsabiliza pessoalmente os promotores, procuradores e 
magistrados e em termos genéricos. “Eles aproveitaram um projeto
 de combate à corrupção para se proteger e fizeram isso porque
 estamos investigando, descobrindo os fatos e iríamos chegar 
muito mais longe do que chegamos até o momento”, afirmou.
O texto-base aprovado pelos deputados teve origem na Comissão
 Especial montada para analisar o projeto de iniciativa popular 
surgido a partir da campanha Dez Medidas contra a
 Corrupção do Ministério Público Federal (MPF).

Medidas propostas pelo MPF consideradas autoritárias, como a
 legalização de provas ilícitas e restrições ao habeas corpus, foram 
retiradas do texto, mas os deputados manobraram para incluir
 no pacote medidas para se livrar de acusações, como a anistia ao
 caixa dois, e para rebater o ímpeto de procuradores e magistrados.
 A anistia ao caixa dois acabou não sendo analisada, mas a 
emenda do crime de responsabilidade foi aprovada, por 313 
votos a 132, durante a madrugada.
“Rasgou-se o texto das 10 medidas”, afirmou Deltan Dallagnol
o chefe da força-tarefa. “O parlamento é soberano, mas nós,
 depois de todo esse processo, saímos sem solução para acabar 
com as brechas que permitem a corrupção”, afirmou o procurador.
Dallagnol, cujas investigações ajudaram a formar o caldo que 
culminou com o impeachment de Dilma Rousseff, lembrou que o
 governo da petista apresentou propostas anticorrupção melhores 
que as aprovadas pelo Congresso. “Até o governo Dilma avançou 
propostas contra a corrupção muito melhores que as que foram
 aprovadas”, disse.
Para o procurador, a aprovação do crime de responsabilidade 
tem o dedo do governo Michel Temer. “O que aconteceu ontem 
não é expressão de pessoas específica, e sim da articulação de
 líderes dos partidos e do governo”, afirma Deltan Dallagnol.
Na entrevista coletiva, Dallagnol voltou a usar o termo “estancar 
a sangria” para designar a pressão contra a Lava Jato. Trata-se 
do termo usado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá 
(PDMB-RR), para avançar o impeachment de Dilma. “O 
objetivo é estancar a sangria”, disse Dallagnol. O avanço de 
propostas como a ‘lei da intimidação’ instaura uma ditadura da
 corrupção.”
Na votação da emenda, evidenciou-se a divisão entre PMDB,
 partido de Temer, e o PSDB, que integra a base aliada do governo.
 Na bancada tucana, 32 dos 42 deputados presentes no plenário
 votaram contra a proposta de punir juízes e procuradores. Entre 
os 56 peemedebistas, apenas 9 parlamentares se opuseram à medida.
No MP e no Judiciário, indignação
Não foram apenas os integrantes da força-tarefa que manifestaram 
indignação com a emenda aprovada pelo Congresso.
 Rodrigo Janot, o procurado-geral da República, chefe do 
Ministério Público, emitiu dura nota criticando a votação.
“As 10 medidas contra a corrupção não existem mais. O Ministério
 Público brasileiro não apoia o texto que restou, uma pálida sombra 
das propostas que nos aproximariam de boas práticas mundiais.
 O Ministério Público seguirá sua trajetória de serviço ao povo brasileiro,
 na perspectiva de luta contra o desvio de dinheiro público e o roubo 
das esperanças de um país melhor para todos nós”, disse.
Na manifestação, Janot afirmou ainda que as alterações são
 “medidas claramente retaliatórias” e pediu apoio da sociedade
 para que o projeto não seja concretizado no Senado, para onde
segue para votação posterior.
“Um sumário honesto da votação das 10 Medidas, na Câmara dos 
Deputados, deverá registrar que o que havia de melhor no projeto
 foi excluído e medidas claramente retaliatórias foram incluídas. 
Cabe esclarecer que a emenda aprovada, na verdade, objetiva 
intimidar e enfraquecer Ministério Público e Judiciário”.
Mais cedo, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), 
ministra Cármen Lúcia, divulgou uma nota em que também
 lamentou a aprovação do crime de abuso de autoridade para juízes 
e procuradores. Na nota, Cármen Lúcia “reafirma seu integral 
respeito ao princípio da separação dos poderes. Mas não pode
 deixar de lamentar que, em oportunidade de avanço legislativo
 para a defesa da ética pública, inclua-se, em proposta legislativa 
de iniciativa popular, texto que pode contrariar a independência
 do Poder Judiciário”.
Em nota, a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho
 (ANPT) repudiou a inclusão no pacote anticorrupção de
 emendas “que têm como objetivo central a retaliação, a intimidação e o enfraquecimento do Ministério Público e do Poder Judiciário”.
Segundo a ANPT, criminalizar a regular atuação de membros do 
Ministério Público e de magistrados importa apenas “àqueles
 cujos interesses inconfessáveis se sobrepõem ao incansável 
trabalho de defesa dos direitos sociais e do patrimônio público
 desempenhado pelos agentes públicos em testilha”.
O Movimento do Ministério Público Democrático também declarou 
repulsa à desconfiguração do pacote anticorrupção. “Da proposta 
original, subscrita por mais de dois milhões de cidadãos, quase
 nada resta, foi transformada num passe livre para corruptos,
 que não serão mais punidos e sequer terão de devolver o dinheiro 
subtraído dos cofres públicos. É estarrecedor!”

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