sábado, 29 de outubro de 2016

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CNBB: PEC 241

 ELEGE OS 

POBRES PARA 

PAGAREM A 

CONTA



Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB),
 presidida pelo arcebispo dom Sérgio da Rocha, faz
 crítica contundente contra aprovação da PEC 241;
 entidade católica lembra a medida não estabelece 
nenhum teto para pagamento dos juros da dívida
pública e diz que a PEC é "injusta e seletiva"; "Ela 
elege, para pagar a conta do descontrole dos gastos,
 os trabalhadores e os pobres, ou seja, aqueles
 que mais precisam do Estado para que seus direitos
 constitucionais sejam garantidos"; CNBB defende
 mobilização e lança sobre o Senado a responsabilidade
 de dialogar com a população; "Pesa, neste
 momento, sobre o Senado Federal, a responsabilidade
 de dialogar amplamente com a sociedade a respeito 
das consequências da PEC 241"
27 DE OUTUBRO DE 2016 ÀS 17:34 // RECEBA O 247 NO TELEGRAM Telegram

247 - A Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB)
 criticou a aprovação da PEC 241, que congela por 20 anos 
as despesas do governo, indexando-as às inflação do ano anterior. 
A entidade católica observa que a PEC não estabelece nenhum
 teto para despesas financeiras, como o pagamento dos juros 
da dívida pública. "A PEC 241 é injusta e seletiva. Ela elege,
 para pagar a conta do descontrole dos gastos, os trabalhadores
 e os pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado 
para que seus direitos constitucionais sejam garantidos. Além 
disso, beneficia os detentores do capital financeiro, quando
 não coloca teto para o pagamento de juros, não taxa grandes
 fortunas e não propõe auditar a dívida pública", afirma a entidade. 
Segundo o texto, assinado pelo presidente da CNBB, Dom 
Sérgio da Rocha, a PEC 241 supervaloriza o mercado em 
detrimento do Estado. "Diante do risco de uma idolatria do 
mercado, a Doutrina Social da Igreja ressalta o limite e a
 incapacidade do mesmo em satisfazer as necessidades 
humanas que, por sua natureza, não são e não podem ser
 simples mercadorias", afirma.
A entidade defende a mobilização da população para
 derrubar a PEC e lança sobre o Senado a responsabilidade 
de dialogar com a população. "É possível reverter o
caminho de aprovação dessa PEC, que precisa ser debatida
 de forma ampla e democrática. A mobilização popular e
 a sociedade civil organizada são fundamentais para
 superação da crise econômica e política. Pesa, neste 
momento, sobre o Senado Federal, a responsabilidade de 
dialogar amplamente com a sociedade a respeito das 
consequências da PEC 241", afirma.
Leia na íntegra a nota da CNBB:
"Brasília-DF, 27 de outubro de 2016
P – Nº. 0698/16
NOTA DA CNBB SOBRE A PEC 241
"Não fazer os pobres participar dos próprios bens é 
roubá-los e tirar-lhes a vida."
(São João Crisóstomo, século IV)
O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos 
Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília-DF, dos dias
 25 a 27 de outubro de 2016, manifesta sua posição a
 respeito da Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
 241/2016, de autoria do Poder Executivo que, após ter
 sido aprovada na Câmara Federal, segue para tramitação 
no Senado Federal.
Apresentada como fórmula para alcançar o equilíbrio dos
 gastos públicos, a PEC 241 limita, a partir de 2017, as
 despesas primárias do Estado – educação, saúde,
 infraestrutura, segurança, funcionalismo e outros – criando
 um teto para essas mesmas despesas, a ser aplicado
 nos próximos vinte anos. Significa, na prática, que nenhum
 aumento real de investimento nas áreas primárias poderá
 ser feito durante duas décadas. No entanto, ela não
 menciona nenhum teto para despesas financeiras, como, 
por exemplo, o pagamento dos juros da dívida pública. Por
 que esse tratamento diferenciado?
A PEC 241 é injusta e seletiva. Ela elege, para pagar a 
conta do descontrole dos gastos, os trabalhadores e os 
pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado para
 que seus direitos constitucionais sejam garantidos. Além
 disso, beneficia os detentores do capital financeiro, quando
 não coloca teto para o pagamento de juros, não taxa grandes
 fortunas e não propõe auditar a dívida pública.
A PEC 241 supervaloriza o mercado em detrimento do Estado. 
"O dinheiro deve servir e não governar! " (Evangelii Gaudium,
 58). Diante do risco de uma idolatria do mercado, a
 Doutrina Social da Igreja ressalta o limite e a incapacidade
 do mesmo em satisfazer as necessidades humanas que,
 por sua natureza, não são e não podem ser simples 
mercadorias (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 349).
A PEC 241 afronta a Constituição Cidadã de 1988. Ao tratar 
dos artigos 198 e 212, que garantem um limite mínimo de
 investimento nas áreas de saúde e educação, ela desconsidera 
a ordem constitucional. A partir de 2018, o montante 
assegurado para estas áreas terá um novo critério de
 correção que será a inflação e não mais a receita corrente
 líquida, como prescreve a Constituição Federal.
É possível reverter o caminho de aprovação dessa PEC, que
 precisa ser debatida de forma ampla e democrática. A 
mobilização popular e a sociedade civil organizada são 
fundamentais para superação da crise econômica e política.
 Pesa, neste momento, sobre o Senado Federal, a
 responsabilidade de dialogar amplamente com a sociedade
 a respeito das consequências da PEC 241.
A CNBB continuará acompanhando esse processo,
 colocando-se à disposição para a busca de uma solução 
que garanta o direito de todos e não onere os mais pobres.
Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, continue
 intercedendo pelo povo brasileiro. Deus nos abençoe!
Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB
Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ
Arcebispo de São Salvador da Bahia
Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB"
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/262601/
CNBB-PEC-241-elege-os-pobres-para-pagarem-a-conta.htm

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