ERROS E ACERTOS
O ponto cego da ciência
Como o conhecimento está sujeito a mudanças com o passar dos anos
Em 1870, quando estudava a quantidade de ferro contida nos vegetais verdes, o
químico Erich von Wolf acidentalmente adicionou uma casa decimal a mais ao
anotar sua descoberta em seu caderno. Como resultado, o espinafre foi catalogado
como fonte de 35 miligramas de ferro. O exagero foi corrigido em 1937, mas antes
disso serviu de inspiração para a criação do personagem Popeye.
Para Samuel Arbesman, especialista em matemática aplicada e autor do livro
The Half-Life of Facts (A meia verdade dos fatos, em tradução livre), o fato
mostra que nosso conhecimento é menos rígido do que parece. Em seu livro,
Arbesman explica que não importa qual seja a área, os fatos mudam ou são
corrigidos, e entender estas mudanças é útil e interessante.
O livro mostra que o conhecimento não passa de uma taxa de consenso que pode
mudar com o passar dos anos. Parte dessas mudanças são frutos de erros e
correções, porém muitas mudanças se devem a novas descobertas permitidas
pelo avanço da tecnologia. Para Arbesman, a ciência é um “esforço humano” e o
conhecimento constante traz consigo a incerteza do erro. A doutrina científica de
hoje pode se tornar o exemplo de erro de amanhã.
O que deve ser feito? A resposta certa, segundo Arbesman, é abraçar a mudança,
em vez de evitá-la. “Mais importante do que a aprendizagem é aprender a se
adaptar às mudanças”, disse Arbesman. Em outras palavras: em um mundo
com fluxo constante de informações, não é o que você sabe que conta, mas
sim sua capacidade de atualizar as informações aprendidas.
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