Doações
Eleitos em capitais ‘esconderam’
R$ 34,4 milhões
Contribuições de empresas e de pessoas
físicas apareceram como doações dos
diretórios municipais, estaduais ou
nacionais dos partidos
Das nove capitais que não tiveram 2º turno nas eleições municipais de outubro, oito
candidaturas vitoriosas “esconderam” R$ 34,4 milhões das doações que receberam
de empresas e de pessoas físicas no balanço de contas apresentadas ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
No documento apresentado ao TSE, o valor aparece como doação dos diretórios
municipais, estaduais ou nacionais dos partidos — o que é permitido pela lei eleitoral.
Os R$ 34,4 milhões representam 62,6% do valor total arrecadado pelos candidatos
vitoriosos nas capitais no 1º turno das eleições.
O candidato eleito em Goiânia, o petista Paulo Garcia, foi o único das nove capitais
que elegeram seus prefeitos no 1º turno que não apresentou a prestação de contas
ao TSE dentro do prazo.
No Rio de Janeiro, por exemplo, a doação da direção nacional do PMDB informada
chegou a R$ 15,2 milhões, sendo que o partido do prefeito reeleito Eduardo
Paes declarou uma arrecadação total de R$ 20,9 milhões nas eleições deste ano.
‘Afronta à democracia’
Outro caso curioso é o de Boa Vista, no Acre. A candidata eleita, Teresa Jucá
(PMDB), recebeu toda a verba declarada para a campanha, que totalizou
R$ 1,9 milhão, do diretório estadual do partido.
De acordo com o juiz Márlon Reis, um dos criadores da Lei da Ficha Limpa,
as doações ocultas são uma “afronta à democracia”. Em entrevista ao Uol,
o juiz diz que “o cidadão, como soberano, tem o direito de saber quem sustenta
as campanhas eleitorais com verbas milionárias. Só assim se tem uma ideia dos
interesses que estão por trás das candidaturas”.
fonte OPINIÃO&NOTICIA
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