Um piloto de caça da Síria pousou nesta quinta-feira na Jordânia e pediu asilo
político, a primeira deserção de um piloto da Força Aérea com seu avião durante
o levante de 15 meses contra o presidente sírio, Bashar al-Assad. O ministro
da Informação da Jordânia, Sameeh Maaytah, confirmou que o piloto desertou.
Inicialmente, três autoridades jordanianas disseram que o MiG-21 de fabricação
russa fez um pouso de emergência na Base Aérea do Rei Hussein em Mafraq,
70 km ao norte da capital da Jordânia e perto da fronteira síria.
A confusão destacou a preocupação jordaniana sobre irritar o regime de Assad
e ser atraído para o conflito sírio. A deserção poderia ter sérias repercussões
entre os dois vizinhos, que até agora mantiveram seus vínculos de negócios
apesar da tensão política entre si.
A Jordânia recebeu 125 mil
refugiados sírios, incluindo
centenas de desertos do
Exército e da polícia, com
a Síria buscando
desesperadamente
sua extradição.
A Síria é um dos maiores
parceiros comerciais da Jordânia, com o comércio bilateral estimado em
US$ 470 milhões no ano passado. Além disso, 60% das exportações
jordanianas de frutas e vegetais têm a Síria como sua rota para embarque
para a Turquia por terra ou para a Europa via a costa mediterrânea síria.
A agência oficial de notícias Petra citou uma autoridade de segurança não
identificada dizendo que o avião sírio pertence à Força Aérea do país.
Ahmad Kassem, um porta-voz do opositor Exército Livre da Síria, também
confirmou que o avião desertou para a Jordânia e que seu piloto buscava
asilo político. Ele disse que o grupo o encorajou a desertar e monitorou sua
atividade até o jato pousar em segurança na Jordânia. Segundo ele, o piloto
tinha como base a região sul da Síria e o identificou como coronel Hassan
Merei Hammadeh.
Uma autoridade de segurança da Jordânia também confirmou o nome e a
patente do piloto sírio. Ele contou que, após pousar, ele tirou da sua roupa o
símbolo da Força Aérea e ajoelhou no chão em prece.
A TV estatal Síria relatou previamente ter perdido contato com o MiG-21 que
estava em uma missão de treinamento no país. Desde o início do levante
contra Assad em março do ano passado, militares sírios têm evitado usar
aviões de guerra contra os rebeldes.
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