Sob o comando do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, o Conselho
Nacional do Ministério Público decidiu nesta terça-feira (26) montar um grupo
que viajará à Goiânia para dar apoio à procuradora Léa Batista, ameaçada por
sua participação nas investigações que prenderam o bicheiro Carlinhos
Cachoeira. Além da viagem, o conselho pediu que a Polícia Federal
protegesse a procuradora.
Lea recebeu a ameaça por e-mail no último sábado (23). No texto cheio de
palavrões, o autor afirmou que a procuradora deveria ter cuidado e que ela
e a família corriam perigo.
Esta já é a segunda ameaça que a procuradora recebeu este mês. No dia
13 de junho, uma mensagem assinada por um “Injustiçado” dizia que ela
estava sendo muito dura no caso e que parentes de Cachoeira continuavam
ganhando dinheiro com a exploração ilegal de jogos.
A ideia de acionar a PF e viajar para dar apoio à colega apareceu durante
reunião de hoje. Gurgel, que também preside o Conselho, disse que já
estava acompanhando o caso “quando a segunda ameaça foi enviada
por e-mail à procuradora”.
— Já solicitamos apoio à Polícia Federal e estamos em contato permanente
com os membros envolvidos. A ameaça à procuradora é uma ameaça a
todo o Ministério Público.
JustiçaEssas não foram as únicas ameaças supostametne feitas pelo grupo
do Cachoeira. Ele também teria ameaçado o juiz federal Paulo Augusto
Moreira Lima, que comandava o processo contra o bicheiro, e que
o levaram a abandonar o caso. O presidente do Supremo Tribunal
Federal, Carlos Ayres Britto, afirmou que as ameças eram de "gravidade
incomum" e "qualificada".
— Não se pode ameaçar do ponto de vista físico, moral ou psicológico
nenhum julgador e sua família, afirmou.
A corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon, disse que vai ouvir
o juiz Moreira Lima e perguntará ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região
se foram adotadas providências para proteger o magistrado ou se o tribunal
simplesmente aceitou seu afastamento do caso.
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