segunda-feira, 25 de abril de 2011


Em Odense, na Dinamarca, escritor Andersen tem museu e homenagens por toda a cidade



  • Córrego que a mãe de Andersen lavava roupas, em Odense, com o símbolo do escritor Córrego que a mãe de Andersen lavava roupas, em Odense, com o símbolo do escritor
As histórias infantis de Hans Christian Andersen são conhecidas no mundo inteiro. Afinal, quem nunca ouviu falar de 'Pequena Sereia', 'O Rouxinol', 'O Patinho Feio' e 'A Princesa e a Ervilha'? Mas o dinamarquês foi muito mais do que um escritor de contos de fadas. O museu de Andersen, na cidade de Odense, localizada a pouco mais de 140 km de Copenhague, deixa claro que ele viveu à frente do seu tempo, com ideias modernas e habilidades raras.

Ao chegar à terceira maior cidade dinamarquesa, aos poucos percebe-se algumas influências do escritor mais ilustre do país. Primeiro, uma rua com o seu nome, depois, ao atravessar a rua, um semáforo estampa a sua silhueta. E então, ao ver a sua estátua, o turista finalmente se dá conta que está em um cenário de conto de fadas, com casas jeitosas e uma organização digna do estilo nórdico de ser.

Visto de fora, o museu é moderno e bem localizado – ao lado de um pequeno lago, com árvores robustas, ostenta um mastro e a bandeira vermelha com uma cruz branca, o símbolo da nação, como a maioria das casas do país. Ao entrar, o som dos pássaros remetem ao século 19, mais precisamente entre os anos 1805 e 1875, período de vida de Andersen.

O H.C. Andersen Hus (casa de H. C. Andersen, em dinamarquês) guarda detalhes minuciosos da vida do escritor, mas, muito mais do que isso, abriga um pedaço da história daquele século. O local possui bicicleta, armas, roupas, brinquedos, quadros e aparelhos científicos da época.

Passeio pela história

Andersen entrou para a história com os seus textos direcionados ao público infantil, que era uma raridade. Na biblioteca do museu, você encontra em um painel virtual seus contos traduzidos em 125 línguas. O que está exposto no local diz muito à respeito de sua personalidade. Lá o turista descobre que o local do seu nascimento e a profissão dos seus pais ainda são bastante discutidos – há mais de uma versão para cada – e que o escritor foi muito novo para Copenhague em busca do sonho de ser cantor de ópera.

  • Dani Girotti/UOL Estátua do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, em seu museu, em Odense
Sem muito talento para o canto, Andersen acabou chamando a atenção pelo seu lado excêntrico, um tanto quanto maluco para a época, além de ser mais alto que a maioria dos seus contemporâneos (ele tinha 1,85 m). Então, ele foi praticamente adotado pelo rei Frederico IV, que lhe apresentou a nobreza. Isso nota-se também pelas roupas e por alguns objetos de valor, mas apesar disso, fica claro que o dinamarquês tinha uma forte ligação com o povo.

Andersen fez uma verdadeira peregrinação pela Dinamarca e pela Europa, em um período que as primeira linhas de trem estavam sendo instaladas e ainda não havia carro e avião. Foi a cavalo, no máximo com uma carroça, que Andersen percorreu o país batendo nas casas para pedir um prato de comida e um pernoite. No museu de Odense, é possível ver todas as cidades e os países em que o 'peregrino' Andersen esteve. Além de mapas demarcados, você pode acompanhar os lugares por meio de um passeio virtual e saber em que ano cada visita ocorreu.

Ao desvendar os corredores do museu se descobre que, por cada casa que passava, Andersen exercitava o seu dom de contar histórias e apresentava um de seus poderes artísticos: desenhar com tesouras. O escritor também era um mágico das tesouras, que no século 19 eram maiores e mais pesadas. Ele fazia recortes no papel e deixava para os anfitriões. Alguns deles foram eternizados junto com a sua história e estão à mostra em Odense.

Quando parece que o passeio está no fim, surge a surpresa e o grande segredo do museu, que explica o nome do local. Por uma pequena porta, você é convidado a adentrar aquela que seria a casa onde o autor nasceu. Com certeza, o aroma não é mais o mesmo, mas o teto é baixo, as camas são como cômodos minúsculos fechados com cortinas e a geladeira é uma despensa com uma porta com quadradinhos de vidro.

Há louças antigas, móveis de madeira e ferramentas de marceneiro. Uma máquina de fiar desperta a sua imaginação, já que tudo é muito real. Percorrer os corredores de um museu e acabar em uma casa antiga com tanta história é uma das peculiaridades do local. Dizem que foi das suas visões de infância que Andersen tirou a maioria das suas histórias. Estar ali te faz viajar no tempo, com a sensação de quese está dentro de um conto do século 19.

Andersen pela cidade

Próximo ao principal museu do escritor dinamarquês, o turista também encontra uma estátua dele e o pequeno córrego que sua mãe lavava roupas - a transparência da água mostra que ela ainda poderia lavar roupas ali atualmente.

Em uma das ruas da cidade, é conservada outra casa que Andersen morou quando menino. Também é mantido um pequeno museu no casebre que o escritor teria se inspirado para criar a obra 'A Rainha da Neves'.

Desde o berço

Na cultura dinamarquesa valoriza-se muito os antepassados e as suas histórias. Na festa natalina do país não é difícil ver um relógio do bisavô ou um colar de ouro da tataravó entre os presentes embaixo da árvore. Este povo nórdico cuida para que as gerações futuras tenham o mesmo discernimento.

  • Dani Girotti/UOL O espaço infantil do museu do Andersen possui um cenário teatral para crianças
Quando se trata de Hans Christian Andersen, a tradição não muda. Após visitar o museu do escritor, o turista pode ter acesso a um anexo dedicado inteiramente às crianças. Seja levados pelos pais ou com excursões de escolas, loirinhos e loirinhas chegam ao local para entrar de cabeça na imaginação do filho pródigo.

Na Børnekulturhuset Fyrtøjet (Casa de Cultura Infantil Barril de Pólvora, em dinamarquês), as crianças brincam de fantoche, desenham, pintam e tentam desenvolver a mesma habilidade com as tesouras de Andersen. Mas se o barato da garotada é entrar em algum dos contos, não há problema. O espaço possui um cenário teatral com casas de madeiras e roupas de época, onde as crianças exercem o seu lado mais rico: a fantasia.

SERVIÇO

H.C. Andersens Hus
Endereço: Bangs Boder 29, 5000 Odense C
Telefone do Museu: 65 51 46 01 (códido da Dinamarca é 45)
Dica de site: http://www.visitodense.com/

Como chegar
As principais companhias aéreas fazem voos para Copenhague. No entanto, não há voo direto de São Paulo para a capital dinamarquesa. Para seguir de Copenhague a Odense, há duas opções. O mais indicado é ir de trem. O trajeto demora pouco mais de 1h30, pagando 244 coroas (cerca de R$ 83), sendo que crianças e idosos pagam metade do preço. De carro são 165 km e demora quase duas horas. Não uma opção muito indicada, porque além do aluguel do carro, o turista também paga um pedágio de 215 coroas (cerca de R$ 71).

Funcionamento do Museu *
De 2 de janeiro a 27 de junho: abre de terça a domingo das 10h às 16h;
De 28 de junho a 31 de agosto: abre de segunda a domingo das 10 às 17h;
01 de setembro a 30 de dezembro abre de terça a domingo das 10h às 16h;
Preços: Adulto 60 coroas (R$ 20); Grupo (mínimo dez pessoas) 55 coroas (R$ 18); Crianças de 0 a 17 anos não pagam
* É necessário checar previamente a abertura nos feriados

Funcionamento do espaço infantil (Børnekulturhuset Fyrtøjet) *
Abre de 5 de fevereiro até 19 de dezembro de 2010, de sexta, sábado e domingo, das 10h às 16h. Exceto nos períodos de férias escolares.
Preço: 70 coroas (cerca de R$ 22) dos 3 aos 69 anos.
No período de recessos escolares, abre todos os dias das 10h às 17h, mas com o preço um pouco mais caro: 85 coroas (R$ 27) para o público de 3 a 69 anos.
* Na Dinamarca, existem curtos períodos de recesso em cada estação do ano e a maior delas é no verão, no meio do ano

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