Antônio Conselheiro, líder religioso da pobre e extinta
comunidade de Canudos, dizia que um dia o sertão ia alagar e virar mar.
O imaginário popular do nordeste brasileiro está povoado de imagens do
dilúvio providencial nas terras do sertão. Não é para menos - a seca, periódica
e histórica, assola as terras do árido e semi-árido nordestino, causando prejuízos para alguns e chegando a ameaçar a sobrevivência de outros. O rio São Francisco, ou Velho Chico, como o chamam os que dependem de suas águas, também sofre com a seca em partes da sua bacia.
Agência Brasil/Fábio Pozzebom |
A transposição do rio São Francisco, ou seja, a mudança do fluxo
de parte do seu leito para áreas onde a seca é mais intensa,
foi a saída escolhida pelo governo federal para eliminar parte do problema
da seca. O projeto, no entanto, é polêmico. Apesar de já iniciada
, a transposição vem sendo questionada por vários setores da sociedade,
de organizações civis a cientistas. Em 19 de dezembro de 2007,
o Supremo Tribunal Federal negou o pedido da Procuradoria da República
de paralisação das obras. O argumento do procurador Antonio Fernando Souza
era que o governo não cumpre os requisitos para realização da obra, seis dos nove
ministros discordaram dos argumentos. No mesmo dia, acabou a segunda greve de
fome do bispo de Barra, Luiz Flávio Cappio, que reivindicava o encerramento das obras.
Nas próximas páginas, conheça o projeto da transposição e os argumentos
Nas próximas páginas, conheça o projeto da transposição e os argumentos
dos que protestam e dos que defendem o projeto, a história da seca no Nordeste
e as tentativas de soluções para os problemas.
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