Alvo de oito inquéritos,
Jucá é membro do
Conselho de Ética
Julia Lindner e Isabela Bonfim, O Estado de S.Paulo
30 Maio 2017 | 20h55
BRASÍLIA - Após três meses de atraso, a composição do
Conselho de Ética do Senado foi aprovada na noite desta
terça-feira, 30, para que o colegiado volte a funcionar. O
conselho é responsável por analisar eventuais denúncias
por quebra de decoro parlamentar que podem levar à
cassação do mandato. O líder do governo, Romero Jucá
(PMDB-RR), foi anunciado como membro titular do colegiado.
Ele é alvo de oito inquéritos no Supremo Tribuna
l Federal (STF).
Em abril, após a delação premiada da Odebrecht, o ministro
Edson Fachin, do STF, autorizou a abertura de inquéritos
para investigar 24 senadores, entre eles Jucá. Outro
investigado, Eduardo Braga (PMDB-AM), foi escolhido
como suplente do Conselho.
Até o momento, 20 dos 30 membros do colegiado foram
indicados. Entre eles Jucá, Braga e o senador Jader Barbalho
(PMDB-PA) são investigados no âmbito da Operação
Lava Jato. Eduardo Amorim (PSDB-SE) e Flexa Ribeiro
(PSDB-BA) são investigados em outros casos no STF.
Somente o bloco Democracia Progressista (PP e PSD)
ainda não fez nenhuma de suas indicações.Há 12 dias,
o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou uma
representação contra o senador afastado Aécio Neves
(PSDB-MG) ao Conselho. O documento ainda não foi
analisado porque o colegiado precisava da indicação de mais
da metade dos membros para dar início aos trabalhos.
Aécio, que já era investigado na Lava Jato, também foi
citado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, na delação
premiada homologada por Fachin. Joesley contou aos
procuradores que Aécio lhe pediu R$ 2 milhões para pagar
despesas com sua defesa na Operação Lava Jato.
O pedido de empréstimo foi confirmado pela defesa que, no
entanto, alegou que ele não tem nenhuma relação com a
ocupação de cargo público. Fachin afastou Aécio do mandato
de senador durante as investigações e determinou a prisão
de sua irmã, Andrea Neves.
Além de Aécio, a delação da JBS também pode gerar a abertura
de inquérito sobre outros parlamentares. As investigações
não precisam resultar, necessariamente, em processos no Senado,
que dependem de vontade política para serem instaurados.
O presidente e vice-presidente do Conselho ainda serão eleitos.
Nos últimos anos, João Alberto Souza (PMDB-MA), um
aliado do ex-presidente José Sarney e de Renan Calheiros
(PMDB-AL), tem sido, seguidamente, reconduzido ao comando
do Conselho de Ética. Ele foi indicado como membro do colegiado
e deve ser eleito para o posto de comando mais uma vez.
Confira a lista dos membros que já foram indicados para o
Conselho de Ética:
Titulares
Airton Sandoval (PMDB-SP)
João Alberto (PMDB-MA)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
José Pimentel (PT-CE)
Acir Gurgacz (PDT-RO)
João Capiberibe (PSB-AP)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Wellington Fagundes (PR-MT)
Pedro Chaves (PSC-MS)
Suplentes
Jader Barbalho (PMDB-PA)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Hélio José (PMDB-DF)
Ataídes Oliveir (PSDB-TO)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Regina Sousa (PT-PI)
Fátima Bezerra (PT-RN)
Telmário Mota (PTB-RR)
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