quinta-feira, 29 de setembro de 2016

UM PAIS CHAMADO BRAZIL ONDE ATÉ AS PEDRAS CLAMAM POR JUSTIÇA MAS JUSTIÇA VERDADEIRA

124 bilhões de dólares e uma conta chamada “Tucano”

Antes de o leitor relembrar (ou conhecer) o caso 

escabroso que segue, é importante reafirmar que

 a podridão de antes não inocenta ninguém, mas

 serve pra provar a hipocrisia dos que hoje posam 

como arautos da moralidade

Caso Banestado: Govermo FHC, juiz Sérgio Moro, 
Doleiro Alberto Yousseff (Imagem Pragmatismo Político)

chamadas contas CC5. Há quem diga que, na época, nem as reservas
 brasileiras em moeda americana chegavam a esse total. O banco 
usado para a roubalheira foi o Banestado e o ralo era Foz do
 Iguaçu/PR, cidade onde antes durante ou depois foi trabalhar o tal
 “Japonês da Federal”, que nada tem a ver com a história.
Também meio antes, durante ou depois – a essa altura pouco
 importa, aconteceu a CPI dos Precatórios, que desaguou numa tal
 Operação Macuco da Polícia Federal, que entrou em cena e descobriu
 que pelo menos US$ 30 bilhões daquela cifra foram remessas ilegais.
Durante as investigações, a Procuradoria da República ia junto
 aos órgãos oficiais, perguntava uma coisa, respondiam outra
. Refazia o pedido e a resposta vinha incompleta. E aí, ela 
radicalizou: pediu a quebra de sigilo de todas as contas CC-5 do 
País. Sugiro ao leitor uma visita ao Google para entender
PF descobriu que o dinheiro passava por Nova Iorque (EUA), 
uma roubalheira que apesar de gigante, seria apenas a ponta de 
um iceberg. Entre os suspeitos estavam empresas financiadoras de
 campanha, alto empresariado em geral e membros da alta
 cúpula do governo brasileiro da eraFernando Henrique Cardoso.
O rombo era tamanho que os promotores americanos, abismados
 com o volume de dinheiro que havia transitado por aquela cidade
, quebraram sigilo bancário em Nova Iorque. A equipe da PF foi
 reconhecida e ganhou a simpatia até do enfadonho e burocrático
 Banco Central (EUA), além da FBI (Polícia federal americana).
O mecanismo descoberto era e é um traçado muito bem articulado,
 de forma que os verdadeiros nomes dos titulares não possam 
aparecer. Desse modo, num passe-repasse, plataformas financeiras
 e coisa e tal, os trabalhos para ocultação envolvem ou envolveriam
 até cinco camadas ocultadoras.
Com esse grau de sofisticação, investigar seria percorrer o
 complexo caminho inverso, mergulhar nas tais camadas, até 
que se chegar aos verdadeiros titulares do dinheiro.
Estava tudo tão bom e tão bem protegido, que a prática 
consolidou-se, e como a corrupção no País é endógena, além de 
lubrificar economias” (a Organização de Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico – OCDE que o diga!) as ratuínas
 foram abrindo a guarda. Com impunidade garantida, alguns
 grandes nomes relaxaram e apareceram por descuido.
Haja descuido! Surgiu até um óbvio – “Tucano” e um aleatório
 “Serra”. Tão óbvio que deixou perplexo não só o delegado que
 e primário, em tempos de abertura de guarda, de “engavetadores
 gerais da República”. Tempos de gente honrada e das panelas 
silenciosas, da dita “grande mídia” calada, dos arautos da moralidade 
hodierna.
Há uma entrevista no Youtube com o delegado federal José Castilho
 Neto, coordenador da Operação Macuco. Sem fulanizar ou 
partidarizar, ele reclama da oportunidade aberta e perdida, naquela 
época, para o enfrentamento da banda podre, seja da política, seja
 do empresariado. O Cônsul do Brasil, que trabalhava em Nova Iorque,
 teria dito para as autoridades americanas que a cabeça do delegado
 Castilho “estava a prêmio”. Só não disse quem seria o pagador,
 se os protegidos ou os protetores.
Castilho foi afastado. E o leitor a essa altura deve estar se perguntando:
 por que esse saudosismo tanto tempo depois?
Primeiramente para lembrar que a podridão de antes não inocenta 
ninguém. Mas serve pra provar a hipocrisia dos que hoje posam
 como arautos da moralidade. Mostra o cinismo dos paneleiros e 
demonstra com cristalina clareza a postura golpista da dita “grande imprensa”.
Em segundo lugar, para não ter que retornar aos tempos do Brasil Colônia 
ou da mordaça da ditadura militar, eu simplesmente gostaria de reafirmar
 que esse caso escabroso, narrado lá em cima, ocorreu na era do
 impoluto Fernando Henrique Cardoso. Sabe qual emissora de
 televisão de maior audiência?TV Globo. Sabem quem era o doleiro?
 Alberto Youssef. Sabem quem era o juiz? Sérgio Moro.
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