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quarta-feira, 31 de agosto de 2016
Ave Maria Angelical - Instrumental lindíssimo
Oração pelos Doentes Ó meu Deus, aqui está este doente diante de Vós. Ele veio pedir-Vos o que deseja e que considera como a coisa mais importante para si. Vós, ó meu Deus, fazei penetrar em seu coração estas palavras: O importante é a saúde da alma! Ó Senhor, que se cumpra nele a vossa vontade completamente e, se desejais que se cure, seja-lhe concedida a saúde; mas sendo outra a Vossa vontade, que ele saiba carregar a cruz. Peço-Vos também por nós, que intercedemos por ele; purificai os nossos corações para que nos tornemos dignos de transmitir a vossa santa misericórdia. Protegei-o e aliviai a sua dor, que nele seja feita a Vossa vontade; que, através dele, seja revelado o vosso Santo Nome. Ajudai-o a carregar a sua cruz com coragem. Ámen. |
EU SÓ PEÇO A DEUS e PRECE DE GANDHI
DILMA:
“NÓS
VOLTAREMOS”
Em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada
logo após ter sido afastada definitivamente
da presidência da República, Dilma afirmou,
em referência aos golpistas: "A história
será implacável com eles"; fez um discurso
incisivo em defesa da continuação da luta
e para "construir um Brasil melhor"; "Nada
poderá nos fazer recuar. Não direi adeus
a vocês, tenho certeza que poderei dizer
‘até daqui a pouco’", declarou; "Nós
voltaremos. Voltaremos para continuar
nossa jornada rumo a um Brasil onde o
povo é soberano", disse; "Haverá contra
eles a mais determinada oposição que
um governo golpista pode sofrer", prometeu
31 DE AGOSTO DE 2016 ÀS 15:43 // RECEBA O 247 NO TELEGRAM
247 - Em entrevista coletiva concedida no Palácio da
Alvorada, ao lado do ex-presidente Lula, de vários
ex-ministros e líderes de movimentos sociais, logo
após ter sido afastada definitivamente da presidência
da República, Dilma Rousseff fez um de seus discursos
mais incisivos contra o golpe e contra o governo
do presidente interino, Michel Temer.
A decisão do Senado, segundo ela, "entra para a História
das grandes injustiças". "Senadores decidiram
rasgar a Constituição. Condenaram uma inocente e
consumaram um golpe parlamentar", afirmou, sobre
políticos que "buscam o podedesesperadamente" sem
seguir o caminho do "voto direto, como fizemos Lula e eu".
"A história será implacável com eles", declarou, em
referência aos artífices do golpe. Ela foi enfática quanto
à continuação da luta contra a perda de direitos dos
trabalhadores e para "construir um Brasil melhor".
"Haverá contra eles a mais determinada oposição que
um governo golpista pode sofrer", prometeu Dilma Rousseff.
"Nada poderá nos fazer recuar", assegurou. "Não direi
adeus a vocês, tenho certeza que poderei dizer
'até daqui a pouco'", acrescentou. "Nós voltaremos.
Voltaremos para continuar nossa jornada rumo a um
Brasil onde o povo é soberano", prometeu Dilma
ainda. "Eu, a partir de agora, lutarei incansavelmente
para construir um Brasil melhor", concluiu.
Leia a íntegra:
Pronunciamento da presidenta Dilma após
aprovação do golpe parlamentar
Ao cumprimentar o ex-Presidente Luís Inácio Lula da
Silva, cumprimento todos os senadoras e senadores,
deputadas e deputados, presidentes de partido, as
lideranças dos movimentos sociais. Mulheres e homens
de meu País.
Hoje, o Senado Federal tomou uma decisão que entra
para a história das grandes injustiças. Os senadores
que votaram pelo impeachment escolheram rasgar
a Constituição Federal. Decidiram pela interrupção do
mandato de uma Presidenta que não cometeu crime
de responsabilidade. Condenaram uma inocente e
consumaram um golpe parlamentar.
Com a aprovação do meu afastamento definitivo,
políticos que buscam desesperadamente escapar do
braço da Justiça tomarão o poder unidos aos derrotados
nas últimas quatro eleições. Não ascendem ao governo
pelo voto direto, como eu e Lula fizemos em 2002,
2006, 2010 e 2014. Apropriam-se do poder por meio
de um golpe de Estado.
É o segundo golpe de estado que enfrento na vida. O
primeiro, o golpe militar, apoiado na truculência das
armas, da repressão e da tortura, me atingiu quando
era uma jovem militante. O segundo, o golpe parlamentar
desfechado hoje por meio de uma farsa jurídica, me
derruba do cargo para o qual fui eleita pelo povo.
É uma inequívoca eleição indireta, em que 61 senadore
s substituem a vontade expressa por 54,5 milhões
de votos. É uma fraude, contra a qual ainda vamos
recorrer em todas as instâncias possíveis.
Causa espanto que a maior ação contra a corrupção
da nossa história, propiciada por ações desenvolvidas
e leis criadas a partir de 2003 e aprofundadas em
meu governo, leve justamente ao poder um grupo de
corruptos investigados.
O projeto nacional progressista, inclusivo e democrático
que represento está sendo interrompido por uma
poderosa força conservadora e reacionária, com o apoio
de uma imprensa facciosa e venal. Vão capturar as
instituições do Estado para colocá-las a serviço do mais
radical liberalismo econômico e do retrocesso social.
Acabam de derrubar a primeira mulher presidenta do
Brasil, sem que haja qualquer justificativa constitucional
para este impeachment.
Mas o golpe não foi cometido apenas contra mim e
contra o meu partido. Isto foi apenas o começo. O
golpe vai atingir indistintamente qualquer organização
política progressista e democrática.
O golpe é contra os movimentos sociais e sindicais e
contra os que lutam por direitos em todas as suas
acepções: direito ao trabalho e à proteção de leis
trabalhistas; direito a uma aposentadoria justa; direito
à moradia e à terra; direito à educação, à saúde e à
cultura; direito aos jovens de protagonizarem sua história;
direitos dos negros, dos indígenas, da população LGBT,
das mulheres; direito de se manifestar sem ser reprimido.
O golpe é contra o povo e contra a Nação. O golpe é
misógino. O golpe é homofóbico. O golpe é racista. É a
imposição da cultura da intolerância, do preconceito, da
violência.
Peço às brasileiras e aos brasileiros que me ouçam. Falo
aos mais de 54 milhões que votaram em mim em
2014. Falo aos 110 milhões que avalizaram a eleição
direta como forma de escolha dos presidentes.
Falo principalmente aos brasileiros que, durante meu
governo, superaram a miséria, realizaram o sonho da
casa própria, começaram a receber atendimento médico,
entraram na universidade e deixaram de ser invisíveis
aos olhos da Nação, passando a ter direitos que sempre
lhes foram negados.
A descrença e a mágoa que nos atingem em momentos
como esse são péssimas conselheiras. Não desistam da luta.
Ouçam bem: eles pensam que nos venceram, mas
estão enganados. Sei que todos vamos lutar. Haverá
contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição
que um governo golpista pode sofrer.
Quando o Presidente Lula foi eleito pela primeira vez, em
2003, chegamos ao governo cantando juntos que
ninguém devia ter medo de ser feliz. Por mais de 13
anos, realizamos com sucesso um projeto que promoveu
a maior inclusão social e redução de desigualdades da
história de nosso País.
Esta história não acaba assim. Estou certa que a interrupção
deste processo pelo golpe de estado não é definitiva.
Nós voltaremos. Voltaremos para continuar nossa
jornada rumo a um Brasil em que o povo é soberano.
Espero que saibamos nos unir em defesa de causas
comuns a todos os progressistas, independentemente
de filiação partidária ou posição política. Proponho que
lutemos, todos juntos, contra o retrocesso, contra a
agenda conservadora, contra a extinção de direitos,
pela soberania nacional e pelo restabelecimento pleno
da democracia.
Saio da Presidência como entrei: sem ter incorrido em
qualquer ato ilícito; sem ter traído qualquer de meus
compromissos; com dignidade e carregando no peito
o mesmo amor e admiração pelas brasileiras e
brasileiros e a mesma vontade de continuar lutando
pelo Brasil.
Eu vivi a minha verdade. Dei o melhor de minha
capacidade. Não fugi de minhas responsabilidades. Me
emocionei com o sofrimento humano, me comovi na
luta contra a miséria e a fome, combati a desigualdade.
Travei bons combates. Perdi alguns, venci muitos e, neste
momento, me inspiro em Darcy Ribeiro para dizer: não
gostaria de estar no lugar dos que se julgam vencedores.
A história será implacável com eles.
Às mulheres brasileiras, que me cobriram de flores e
de carinho, peço que acreditem que vocês podem. As
futuras gerações de brasileiras saberão que, na primeira
vez que uma mulher assumiu a Presidência do Brasil,
a machismo e a misoginia mostraram suas feias faces.
Abrimos um caminho de mão única em direção à
igualdade de gênero. Nada nos fará recuar.
Neste momento, não direi adeus a vocês. Tenho certeza
de que posso dizer “até daqui a pouco”.
Encerro compartilhando com vocês um belíssimo alento
do poeta russo Maiakovski:
"Não estamos alegres, é certo,
Mas também por que razão haveríamos de ficar tristes?
O mar da história é agitado
As ameaças e as guerras, haveremos de atravessá-las,
Rompê-las ao meio,
Cortando-as como uma quilha corta."
Mas também por que razão haveríamos de ficar tristes?
O mar da história é agitado
As ameaças e as guerras, haveremos de atravessá-las,
Rompê-las ao meio,
Cortando-as como uma quilha corta."
Um carinhoso abraço a todo povo brasileiro, que
compartilha comigo a crença na democracia e o
sonho da justiça.
UM POUQUINHO DE UM PAIS CHAMADO BRAZIL
“Golpe” ganha de “impeachment”
Os defensores do impeachment estão preocupadíssimos com
a possibilidade de o processo ser anulado. E Lewandowski
também. Antes de abrir a sessão da tarde desta terça-feira
leu um dispositivo que revoga outro, da lei 1079, que não
permite a presença das partes (ou seja, dos advogados
de acusação e de defesa) depois da inquirição da acusada,
afirmando que fazia isso "para evitar futuros pedidos de
anulação".
Prova disso é que todos os governistas, instruídos
pelo governo Temer, ao discursarem hoje, véspera
da votação, elogiaram, em primeiro lugar, a
participação de Lewandowski e repetiram que
não se justifica a palavra golpe porque o STF
está ali presente.
E insistiram que foi respeitado o direito de defesa
E insistiram que foi respeitado o direito de defesa
da acusada e o devido processo legal.
Foi o mantra de todos eles.
Uma espécie de vacina anti-anulação para inglês
Foi o mantra de todos eles.
Uma espécie de vacina anti-anulação para inglês
ver, pois há muitos motivos para o impeachment
ser anulado, dentre os quais a declaração de voto
ainda em meio ao processo, o que é inaceitável
em qualquer tribunal do júri.
Sem contar que, como disse o senador Jorge Viana,
Sem contar que, como disse o senador Jorge Viana,
"não há como esperar justiça desses jurados pois
eles são beneficiários do resultado".
O suspeito mais notório é José Aníbal. Suplente de
O suspeito mais notório é José Aníbal. Suplente de
Serra, se o impeachment não passar ele terá de
voltar para São Paulo, pois Serra sairia do ministério
e voltaria ao Senado. No entanto, como se não
fosse com ele, além de não ficar na sua, escondido
num canto qualquer nos fundos do plenário, atua
como um dos mais ferozes pitbulls de Temer,
causando preocupação em Aloysio Nunes Ferreira,
que não admite concorrência nesse quesito.
Outro motivo para anulação é o fato de o STF ter
Outro motivo para anulação é o fato de o STF ter
alertado, ainda no início do processo que os
acusadores deveriam ater-se às duas acusações
– os três decretos de suplementação de verba e o
Plano Safra - o que, no entanto, é sistematicamente
desrespeitado do primeiro dia até hoje, já que
eles sempre acusam Dilma pelo "conjunto da
obra". Isso não é permitido num julgamento sério
porque constitui obstrução da defesa, já que ela
não pode defender a acusada do que não consta
dos autos.
Por tudo isso é possível que o "impeachment"
Por tudo isso é possível que o "impeachment"
vire "golpe" e seja, por isso, anulado.
"Golpe", aliás, tem sido a palavra mais citada no
"Golpe", aliás, tem sido a palavra mais citada no
Senado, ganhando de "impeachment" graças aos
governistas que morderam a isca da oposição.
Para rebater as acusações de golpe passaram a
Para rebater as acusações de golpe passaram a
repetir a palavra de forma exaustiva, usando-a
para atacar os que os atacam, com alegações tais
como "golpe é mentir nas eleições", "golpe é
acabar com as estatais", "golpe é causar 12 milhões
de desempregados", "golpe é destruir a Petrobrás"
e outras baboseiras que não estão no gibi nem
em nenhum tratado de política.
Conseguiram com isso colocar a palavra golpe
Conseguiram com isso colocar a palavra golpe
nos "trend topics" do Senado. Agora todo mundo
fala em golpe, quem é contra e quem é a favor.
A palavra golpe é mais pronunciada que a palavra
A palavra golpe é mais pronunciada que a palavra
impeachment.
A pérola do dia foi do tucano Cássio Cunha Lima.
A pérola do dia foi do tucano Cássio Cunha Lima.
Numa demonstração de quanto ele e seus colegas
de aventura estão confusos, desorientados e
desequilibrados ele teve a pachorra de afirmar
que o impeachment foi "um conluio entre Eduardo
Cunha e Dilma", razão pela qual "somente duas
acusações de 2015 foram arroladas".
Ou ele não sabe que a constituição obriga que as
Ou ele não sabe que a constituição obriga que as
acusações se restrinjam ao mandato em vigor ou
não dá bola para a constituição.
http://www.brasil247.com/pt/blog/alex
_solnik/252631/%E2%80%9CGolpe%
E2%80%9D-ganha-de-%E2%80%9Cimpeachment%E2%80%9D.htm
ALEX SOLNIK
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em
publicações como Jornal da Tarde, Istoé,
Senhor, Careta, Interview e Manchete.
É autor de treze livros, dentre os quais
"Porque não deu certo", "O Cofre do
Adhemar", "A guerra do apagão", "O
domador de sonhos" e "Dragonfly"
(lançamento setembro 2016).
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