segunda-feira, 28 de setembro de 2015

BRAZIL

De cada R$ 3 recebidos por PT, PSDB e PMDB, 

R$ 2 são pagos 

por empresas

Principal combustível das campanhas eleitorais no Brasil, as
 contribuições financeiras de empresas também são as maiores
 responsáveis pelo custeio das máquinas dos grandes partidos.
 Somados, os diretórios nacionais do PT, do PMDB e do PSDB
 receberam R$ 2 bilhões em doações de pessoas jurídicas entre
 2010 e 2014, em valores atualizados pela inflação. Isso 
representa dois terços de tudo o que entrou nos cofres das
 três legendas naquele período de cinco anos.
Essa fonte de receitas está prestes a secar. No dia 17, o 
Supremo Tribunal Federal não apenas decidiu que o 
financiamento empresarial de campanhas é inconstitucional,
 mas também derrubou os artigos da Lei dos Partidos
 Políticos que permitem contribuições privadas às legendas.
Com essa permissão legal, os tesoureiros dos partidos 
vinham arrecadando recursos de empresas mesmo em anos
 não eleitorais. Em 2011 e 2013, por exemplo, nada menos
 que R$ 205 milhões foram doados às três maiores legendas do País.
As prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral mostram
 que os partidos usam parte dos recursos recebidos de
 pessoas jurídicas para custear pagamento de salários, aluguéis
 de imóveis, viagens de dirigentes, material de consumo e até 
despesas com advogados.
Mas o dinheiro que financia campanhas também transita pelas
 contas das legendas, e não só pelos comitês eleitorais. Nos
 anos em que os eleitores vão às urnas, os três maiores partidos
 recebem de pessoas jurídicas, em média, seis vezes mais do
 que em anos não eleitorais.
No ano seguinte ao de uma eleição, os recursos doados às 
legendas também podem servir para pagar dívidas de campanhas 
- o que constitui uma modalidade indireta de financiamento
 eleitoral, que não aparece nas prestações de contas dos candidatos.
Em 2013, por exemplo, o PT nacional enviou R$ 67,5 milhões,
 em valores atualizados, para centenas de diretórios municipais 
do partido. No ano anterior, esses diretórios haviam custeado
 as campanhas dos candidatos a prefeito, e muitos terminaram a tarefa endividados.
Não há como contabilizar quanto dos recursos usados pelo PT 
nacional para irrigar suas instâncias municipais veio de empresas,
 nem a identidade dos doadores. A prestação de contas indica
 apenas que esse dinheiro não saiu do Fundo Partidário, mas do 
caixa intitulado “outros recursos” - onde entram doações de
 empresas e pessoas físicas, contribuições de filiados e outras
 fontes menores.
Ou seja, uma empresa que fez uma doação ao PT em 2013 pode
 ter contribuído indiretamente para pagar a campanha de um
 candidato do partido em 2012, sem que isso aparecesse na
 contabilidade do candidato - trata-se de mais de uma 
modalidade de “doação oculta”, em que o vínculo entre financiador
 e financiado fica invisível. Para complicar ainda mais esse
 rastreamento, as prestações de contas das doações recebidas
 em 2013 só foram feitas em 2014 - dois anos depois da eleição
 municipal.
O PSDB também fez repasses a diretórios municipais em 2013, 
mas em volume bem menor: pouco mais de R$ 1 milhão.
Contabilidade
Para avaliar o peso das contribuições empresariais no
 financiamento dos partidos, o Estadão Dados analisou as 
prestações de contas do PT, do PMDB e do PSDB desde 2010. 
Foram contabilizados apenas os recursos recebidos pelos
 diretórios nacionais - empresas também podem doar 
diretamente a candidatos ou às instâncias estaduais e 
municipais das legendas, mas nem todas têm suas prestações 
de contas publicadas.
No total, os três maiores partidos arrecadaram quase
 R$ 3 bilhões de 2010 a 2015. Além dos R$ 2 bilhões oriundos 
de empresas, a segunda fonte mais importante foi o Fundo
 Partidário, formado por recursos públicos: R$ 743 milhões, o
 equivalente a 25% do total.
As doações de pessoas físicas para os três partidos somaram 
cerca de R$ 47 milhões - apenas 1,6% do total das receitas.
Na divisão por partidos, o PT foi o principal beneficiário das
 doações das empresas: recebeu R$ 967 milhões, ou 48% do
total. Em segundo lugar, apesar de não ter lançado candidato 
a presidente em 2010 e em 2014, aparece o PMDB, com
 R$ 539 milhões (27%). A seguir vem o PSDB, com
 R$ 498 milhões (25%).
As prestações de contas do PT estão assinadas 
pelo ex-tesoureiro João Vaccari Neto, que está preso. 
Ele foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro - 
investigações da Polícia Federal e do Ministério Público,
 no âmbito da Operação Lava Jato, indicaram que propinas 
de empreiteiras eram canalizadas ao partido na forma de 
doações oficiais.
fonte
http://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/de-cada-rdollar-3-recebidos-por-pt-psdb-e-pmdb-rdollar-2-s%C3%A3o-pagos-por-empresas/ar-AAeRU27?ocid=mailsignoutmd

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