Caso do aeroporto de Aécio, que teve repercussão tímida
em publicações
como Globo, Estado e a própria Folha, tende a sumir
definitivamente da mídia impressa
Caso do aeroporto construído por Aécio Neves tende a sumir da mídia impressa (reprodução)
O primeiro disparo contra a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG),
que foi a denúncia da Folha de S. Paulo sobre a construção de uma pista
de pouso na cidade de Cláudio (MG), onde o presidenciável tucano possui
uma fazenda, teve repercussão relativamente discreta na mídia impressa
O principal exemplo disso foi a cobertura do jornal O Globo, que dedicou
uma nota pequena ao tema, sobre a investigação que será conduzida pelo
Ministério Público e pela Agência Nacional de Aviação Civil sobre o caso
. No Estado de S. Paulo, houve maior espaço para a cobertura, com três
matérias: uma sobre o pedido de explicações da Anac, a declaração de
Aécio defendendo a investigação e uma nota com a informação de que a
construtora responsável pelas obras, a Vilasa, fez uma doação de
R$ 67 mil à sua campanha para o governo mineiro.
Na própria Folha, o tom foi menos denuncista do que no domingo, quando
o caso foi revelado. A cobertura se limitou a noticiar a investigação da Anac
e a guerra judicial entre os comitês do PT e do PSDB – enquanto o PT
anunciou uma ação por improbidade administrativa contra o senador
tucano, o PSDB respondeu com uma ação por uso da máquina contra o
governo da presidente Dilma, que, segundo o deputado Carlos Sampaio
(PSDB/SP), estaria usando a Anac para “perseguir adversários”.
A judicialização do episódio é uma tentativa deliberada dos dois partidos.
No caso do PT, visa manter o tema “aceso” na mídia. Para os tucanos,
trata-se de uma estratégia para conter os danos. Como o PT enxerga nos
jornais tradicionais uma trincheira da oposição, a ação proposta pelo
comitê da reeleição da presidente Dilma visa constrangê-los a noticiar o
caso, uma vez que fatos novos, como uma eventual abertura de inquérito,
não poderão ser ignorados. A resposta tucana atende ao mesmo objetivo.
Visa vitimizar o partido, como alvo de perseguição política durante o
período eleitoral.
O episódio também servirá para ilustrar o primeiro confronto desta campanha
presidencial entre veículos impressos e a chamada blogosfera, onde o
caso se alastra com maior velocidade. Os danos reais, no entanto, serão
medidos apenas nas próximas pesquisas eleitorais. Ontem, em Minas,
Aécio defende que o caso seja investigado “com lisura e transparência”