PLANTAÇÕES DE COCA
Bolívia cria estratégia
heterodoxa de combate
à cocaína
A plantação autorizada e monitorada pelo governo da folha de coca tem
sido uma forma eficaz de combater o tráfico na Bolívia
A Bolívia, terceiro maior produtor de cocaína do mundo, avançou sua própria
abordagem heterodoxa para conter o crescimento das plantações de coca, a
qual difere significativamente da guerra contra as drogas mais ampla dos EUA e
inclui o monitoramento de alta tecnologia de milhares de plantações legais para
produzir folhas de coca para usos tradicionais.
Para a surpresa de muitos, este experimento gerou uma queda significativa nas
plantações de coca na Bolívia de Evo Morales, uma conquista realizada em grande
parte sem os assassinatos e outros atos violentos que se tornaram o sangrento
subproduto das medidas de controle de tráfico lideradas pelos EUA na Colômbia,
México e outras partes da região.
Um sinal de progresso fundamental da abordagem boliviana em relação à coca é
o fato de que o total de hectares de plantação de coca caiu de 12 a 13 por cento
no ano passado, de acordo com relatórios feitos separadamente pelo Escritório
de Drogas e Crime da ONU e pelo Escritório de Políticas Nacionais de Controle
de Drogas da Casa Branca. Ao mesmo tempo, o governo boliviano intensificou
os esforços para remover plantações de coca ilegais e verificaram um aumento
em apreensões de cocaína e pasta base de cocaína.
“É fascinante observar um país que expulsou o embaixador dos EUA e a Drug
Enforcement Agency (Agência de Repressão de Drogas) americana, e a
expectativa da parte dos EUA é que os esforços da guerra contra as drogas
cairiam por terra”, afirmou Kathryn Ledebur, diretora da Rede de Informação
Andina, um grupo de pesquisa boliviano. Em vez disso, afirma, a abordagem
boliviana está “dando resultado”.
A iniciativa de reduzir a área plantada de coca acontece em um momento em
que o governo de Morales está pressionando outros países a emendar a
convenção de narcóticos da ONU para reconhecer a legalidade dos usos
tradicionais da folha de coca na Bolívia. Uma decisão é esperada em janeiro.
fonte OPINIÃO&NOTICIA
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