Salvador é uma das
piores cidades para
se viver, aponta
pesquisa
Mobilidade, saúde e segurança são pontos
críticos em quase todas as capitais brasileiras
A PROTESTE Associação de Consumidores enviou um questionário
para mais de 2 mil brasileiros de ambos os sexos, com idades entre
18 e 74 anos, moradores de 21 capitais da federação, e verificou
que os moradores estão insatisfeitos principalmente com
transporte, segurança e saúde.
A cidade de Salvador ficou nas duas piores colocações do ranking
em cinco das seis categorias avaliadas: habitação, saúde,
mobilidade, emprego e segurança. Em educação a cidade ficou
em 19° lugar. Mais de 50% dos moradores ainda declararam
que a cidade piorou muito nos últimos cinco anos. Maceió
amargou a última colocação nas categorias segurança e educação.
Curitiba e Vitória revezaram o posto de melhor colocação em todas
as categorias. Curitiba foi campeã em educação, mobilidade e
emprego e Vitória foi melhor avaliada em habitação, saúde e segurança.
Apesar de liderarem o valor do Produto Interno Bruto por
município, São Paulo e Rio de Janeiro não foram bem avaliados
em nenhuma categoria. Em habitação ficaram com 52 e 53 pontos
, respectivamente, e foram classificados como ruins.
Com exceção de Natal, grande parte dos moradores de outras
20 capitais brasileiras demonstrou vontade de viver em uma
cidade menor ou rural. O estresse e má qualidade de vida são
fatores que influenciam nesse desejo.
A capital paulista também não é mais a terra das oportunidades.
Com nota 52, abaixo de cidades como Curitiba, Cuiabá e
Manaus, que ficaram nas três melhores colocações, os
moradores de São Paulo relataram dificuldade para encontrar
emprego. As cidades de João Pessoa, Salvador, São Luís, Maceió,
Aracaju e Belém tiveram as piores notas na avaliação.
Em cinco capitais (Cuiabá, Recife, Belém, Salvador e Maceió),
a segurança é motivo de preocupação, as cidades ficaram com
notas inferiores a 35 pontos devido aos assaltos, homicídios
, tráfico e uso de drogas. Mesmo a melhor avaliada nesse
quesito, a cidade de Vitória, teve uma pontuação ruim
, ficou com apenas 51 pontos.
A saúde, na opinião dos entrevistados, tem grande influência
na qualidade de vida em nove capitais. Em 11, metade dos
respondentes afirmaram que apesar de precisar ir ao médico,
não vão, devido ao longo tempo de espera, sobretudo para 83%
dos moradores de Aracaju.
No quesito educação apenas as cidades de São Luís e Maceió
foram classificadas como ruins. As demais capitais obtiveram
índices de aprovação acima de 70%, com destaque para Cuiabá
(95%), João Pessoa (97%) e Fortaleza (99).
A cidade de Curitiba, embora bem avaliada em todos os quesitos,
piorou, de acordo com 46% dos habitantes. A maioria dos
moradores de Campo Grande e Manaus afirmaram que as
cidades melhoraram muito nos últimos cinco anos.
A mobilidade foi um dos aspectos mais criticados pelos
participantes, apenas Curitiba, Vitória e Campo Grande obtiveram
notas aceitáveis – embora baixas. De acordo com os moradores
de todas as capitais o transporte público é desconfortável.
A cidade de São Paulo apesar de ter a tarifa de ônibus urbano
mais cara do Brasil, R$ 3, ficou em 12º lugar na avaliação
sobre mobilidade, com 39 pontos. Curitiba ficou na primeira
colocação e cobra R$2,60 pela passagem.
Assim como diz a música de autoria da compositora Elis Regina,
os moradores das capitais brasileiras, com exceção de Natal,
querem uma casa no campo ou, pelo menos, viver em uma
cidade menor. O motivo para a mudança é que, em tese, uma
vida rural poderia significar menos estresse e aumento da
qualidade de vida.
A maior parcela dos participantes do levantamento são homens,
de 35 a 54 anos, casados, com alto índice de escolaridade e
pertencentes à classe média.
A pesquisa pode ser encontrada no site www.proteste.org.br
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