sexta-feira, 17 de agosto de 2012


NOSSAS HOMENAGENS

José Alberto Mujica Cordano, ILUSTRE

 E HONRADO 

PRESIDENTE DO URUGUAI 

UM EXEMPLO AOS POLITICOS BRASILEIROS 

E AO MUNDO

Amigos, diante de tantos exemplos de vidão à custa do 
dinheiro público que temos neste país, achei interessante 
o contraponto trazido pelo jornalista gaúcho Mario Marcos
 de Souza em seu blog, mostrando aquele que o jornal 
espanhol El Mundo considera o presidente mais pobre do
 mundo José Pepe Mujica, chefe de governo do Uruguai
 desde março de 2010 e que permanecerá no poder até 
março de 2015.
Confiram. O título original é o que vai abaixo, os intertítulos
 e algumas considerações entre colchetes são de 
responsabilidade do blog:
Quem está a bordo deste fusquinha é o presidente 
de um país:
O presidente do Uruguai, José Mujica, desce de seu 
Fusca, que vale mil dólares.
 Todos os dias ele embarca no seu Fusquinha azul de
 estimação, de 1.300 cilindradas (foto), e toma o rumo de
 seu pequeno sítio Rincón del Cerro, nos arredores de
 Montevidéu, onde vive com a mulher, senadora da 
República que é a proprietária da área. A casa é 
discretamente vigiada por dois seguranças.
No fim do mês, quando recebe o salário de 12,5 mil 
dólares como presidente do Uruguai, José Pepe Mujica 
separa 1,25 mil [para si] e doa o restante, cerca de 90%,
 a pequenas empresas e Organizações Não-Governamentais 
que trabalham com habitações populares.
Este dinheiro me basta, e tem que bastar porque há outros
 uruguaios que vivem com menos costuma repetir este
 uruguaio de maneiras simples, 77 anos, que, em 
reportagem do jornal espanhol El Mundo, foi chamado
 de o presidente mais pobre do mundo.
Além de sua casa no pequeno sítio, seu único patrimômio 
é o Fusca avaliado em pouco mais de mil dólares.
Vida espantosamente simples
Como transporte oficial, em vez dos carrões com
 ar-condicionado dos demais presidentes, ele usa um 
Corsa. Sua mulher, a senadora Lúcia Topolansky, 
parceira de muitos anos, também doa boa parte de seu salário.
 O presidente da República na casa em que vive, no sítio
 pertencente à mulher (Foto:estadao.com.br)
 Mujica vive de forma espantosamente simples, apesar 
de presidir um dos países mais importantes da América 
do Sul, nunca usa gravata (é quase sempre uma camisa 
branca com casaco) e convive com os mesmos amigos
 de antes da eleição que o conduziu ao poder.
É capaz de pegar o Fusca, ir até uma loja de ferragem 
comprar um acessório de banheiro e, no caminho, parar 
em um pequeno estádio para animar os jogadores do
 Huracán, time da segunda divisão, e prometer um
 churrasco caso subam para a Série A.
Ele não tem dívidas nem conta em banco
Sem contas bancárias ou dívidas, de acordo com 
El Mundo, ele apenas repete que espera concluir 
seu mandato para um descanso sossegado no Rincón
 del Cerro.
A vida simples não é mera figuração ou tentativa de 
construir uma imagem, seguindo orientações de um
 marqueteiro. Não, ela faz parte da própria formação de
 Mujica, um homem que lutou contra a ditadura, foi preso
 e, ao lado de dezenas de [guerrilheiros e terroristas]
 Tupamaros, participou de uma fuga cinematográfica da
 antiga prisão onde hoje está o Centro Comercial Punta 
Carretas, em Pocitos, lutou pela volta da democracia e 
hoje é presidente eleito do país.
Tudo isso sem abrir mão de suas convicções, em nenhum 
momento a ponto de rejeitar a ideia de mudança de sua 
vida por ser o chefe de uma nação. [Mujica, que continua 
se considerando um político de esquerda, defende e 
pratica ideias que em outras latitudes são desprezadas 
"neoliberais". Em outubro de 2010, o presidente concedeu 
uma entrevista às Páginas Amarelas de VEJA em que 
expôs suas posições, muito distantes do marxismo que 
defendia nos tempos de juventude.
Uma de suas declarações fala por si: A estatização é 
uma solução que foi abandonada. Trata-se de uma
 receita perfeita para desenvolver uma burocracia 
opressora. Continuo sendo socialista porque sou 
inimigo da exploração do homem pelo homem. Isso
não inclui defender um Estado grande e um 
funcionalismo público inchado. Seria um desastre.
Quanto a querer controlar a imprensa, como ocorre
 com outros governos supostamente "progressistas" 
do continente, o presidente não poderia ser mais claro:
Quando um governo se mostra mais tolerante à 
diversidade, acaba ajudando a formar uma imprensa
 respeitosa. Quando radicaliza nas suas políticas, no 
entanto, vai tudo pro diabo. (…) A melhor lei de imprensa 
que existe é a que não existe.]

A residência presidencial já serviu de abrigo a uma
 moradora de rua e seu filho. O presidente prefere não 
morar na mansão (Foto: ultimahoradiario.com.ar)
 
No último dia 24 de maio, por ordem de Mujica, uma 
moradora de rua e seu filho foram instalados na
 residência presidencial, que ele não ocupa por seguir 
morando no sítio. Ela só saiu de lá quando surgiu vaga 
em uma instituição.
Neste início de inverno, a casa e o Palácio Suarez y Reyes,
 onde só acontecem reuniões de governo, foram
 disponibilizadas por Mujica para servir de abrigo a quem
 não tem um teto. Em julho do ano passado, decidiu vender
 a residência de veraneio do governo, em Punta del Este,
 por 2,7 milhões de dólares. O banco estatal República 
comprou e transformará a casa em local de escritórios e
 espaço cultural. Quando ao dinheiro, será inteiramente
 investido por ordem de Mujica, claro na construção de
 moradias populares, além de financiar uma escola agrária
 na própria região do balneário.
Nada de carros blindados
Ele nem se preocupa em reforçar seus esquemas de
 segurança e, ao circular no Fusca ou em um Corsa, 
claramente não está a bordo de veículos blindados.
Nem sei se é certo ou não alguém, no papel de um país,
 com toda a importância que o cargo tem e nestes tempos 
loucos ditados muitas vezes por fanatismo, levar a vida de
 uma pessoa comum.
Até acho que não. Afinal, um presidente não pode conduzir
 sua própria vida. Há milhões de pessoas que deram a ele
 o direito de dirigir um país e esperam não ver nada
 abalando esta tarefa e é por isso que de Barack Obama,
 num extremo, a Dilma Rousseff, no outro, todos os
 presidentes são devidamente protegidos por fortes
 esquemas de segurança. Ao ser eleito, o escolhido faz 
uma espécie de renúncia pública de sua autonomia e sabe
 que não terá mais tanta liberdade assim.
O que me causa profunda admiração no caso de Mujica,
 independentemente das razões destacadas acima, é ver
 alguém que se recusa a renunciar a suas próprias
 convicções, mesmo desafiando todas as regras do
 protocolo. Ele pensa nestes princípios, lutou a vida inteira
 por eles, arriscou sua segurança e de sua própria família,
 por que mudar logo agora?
Foi eleito por isso, certamente, por suas ideias e estilo de 
vida. Dane-se a liturgia do cargo, deve pensar este uruguaio. 
Para Mujica, ela não tem importância. O que importa, acima
 de tudo, é dormir com a consciência tranquila.
O mundo seria um lugar bem melhor e, com toda a certeza
, muito mais pacífico se tivéssemos outros Mujicas conduzindo 
países por aí.

 

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