Suplente é suspeito de omitir bens à Justiça Eleitoral
O engenheiro Wilder Pedro de Morais (DEM-GO) – primeiro-suplente
do agora ex-senador Demóstenes Torres, cassado ontem, 11 –
assumirá a vaga no Senado sob a suspeita de ter omitido bens à
Justiça Eleitoral.
Morais deixará nesta quinta-feira, 12, a Secretaria Estadual de
Infraestrutura do governo Marconi Perillo (PSDB), em Goiás.
Sua posse como senador só acontece após o recesso parlamentar.
O jornal O Globo, em reportagem de ontem, informou que
Wilder é sócio-proprietário de 24 empresas, os dados são da
Junta Comercial de Goiás. Contudo, ele declarou ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) ser dono de 15 firmas e ter um patrimônio
de R$ 14,4 milhões. Registros da Receita Federal dão conta de
que pelo menos oito dos empreendimentos que não foram
informados à Justiça Eleitoral foram constituídos antes da
eleição de 2010, incluindo dois shopping centers, um
em Goiânia e outro em Anápolis.
Envolvimento com Cachoeira
De acordo com investigações da Polícia Federal, Wilder de Morais é
suspeito de ter ligações com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira (contraventor preso desde fevereiro, após ter
sido deflagrada a operação Monte Carlo).
Os indícios desse envolvimento estão nos grampos telefônicos da
Monte Carlo. Segundo a investigação, Cachoeira atuou para que
ele fosse escolhido como primeiro-suplente de Demóstenes.
De acordo com a reportagem de O Globo, Wilder foi o segundo
maior doador da campanha do ex-senador. Por intermédio de duas
de suas diversas empresas, ele doou R$ 700 mil.
Ex-mulher
Andressa Alves Mendonça, atual noiva de Cachoeira, já foi casada
com Wilder. O ex-casal tem dois filhos. Escutas da PF captaram
Andressa reclamando ao contraventor dos encontros que mantinham
às escondidas. “É tudo escondido, tem de almoçar dentro de quarto
de hotel, não quero isso mais não, poxa!”, disse ela a Cachoeira.
A separação veio dois anos após a descoberta do caso.
O futuro senador é amigo de Lair, pai de Andressa, a quem ajudou
na campanha vitoriosa de vereador em Goiatuba (GO). Em 2007,
o ex-sogro foi cassado pelo Tribunal de Justiça de Goiás por
improbidade administrativa. A sentença foi confirmada pelo Superior
Tribunal de Justiça (STJ) há dois anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário