quarta-feira, 28 de março de 2012

O escritor Millôr Fernandes 
morreu aos
 87 anos na noite da terça-feira, 27, em casa,
 no Rio de Janeiro. De acordo com 
o filho de Millôr, Ivan Fernandes, o escritor 
teve falência múltipla dos órgãos e parada 
cardíaca. Em 2011, Millôr foi internado 
duas vezes na Casa de Saúde São José, 
no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro.
 Por um pedido da família, o motivo 
da internação não foi divulgado. 
O velório está marcado para quinta-feira,
 29, das 10h às 15h no cemitério Memorial 
do Carmo, na Zona Portuária do Rio.
Escritor, jornalista, desenhista, humorista, 
dramaturgo e artista autodidata, Millôr
 iniciou sua carreira aos 14 anos, na revista 
O Cruzeiro. Exercia as funções de tradutor, 
jornalista e crítico de teatro. No final dos
 anos 1960, foi um dos fundadores do jornal
 O Pasquim, conhecido por seu papel de 
oposição ao regime militar. foi o principal
 tradutor das obras de William Shakespeare 
no Brasil e escreveu diversos tipos de peças. 
Atualmente, o escritor mantinha um site
 pessoal onde escrevia frases, charges e 
textos de humor, além de manter um
 acervo com seus trabalhos dos últimos
 50 anos.
Carioca do Méier, Millôr nunca parou de
 criar e produzir. Talvez um dos maiores 
gênios múltiplos brasileiros, foi um filósofo 
que usava o humor como arma contra a
 repressão. Seu humor não facilitava, era 
comprometido e ao mesmo tempo acessível. 
Usava o humor para fazer pensar. Sua mãe 
queria que o menino se chamasse Milton,
 mas na grafia do escrivão do cartório, 
ficou Millôr. 
Confira algumas frases engraçadas de Millôr
 Fernandes:
“Democracia é quando eu mando em você, 
ditadura é quando você manda em mim.”
“O poder é o camaleão ao contrário: todos 
tomam a sua cor.”
“Acreditar que não acreditamos em nada é 
crer na crença do descrer.”
“Anatomia é uma coisa que os homens
 também têm, mas que, nas mulheres, 
fica muito melhor.”
“As pessoas que falam muito, mentem
 sempre, porque acabam esgotando seu
 estoque de verdades.”
“Como são admiráveis as pessoas que nós não 
conhecemos bem.”

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