quinta-feira, 31 de março de 2011

LIBIA


A coalizão composta por EUA, Reino Unido, França, Canadá e Itália retomou neste domingo (20) os ataques ao território líbio, iniciados na véspera.
Aviões americanos realizaram ataques aéreos nesta manhã sobre tropas terrestres e defesas aéreas do ditador líbio, Muammar Kadhafi, informou o Pentágono em um comunicado.
O objetivo da intervenção internacional é impedir que Kadhafi, há 42 anos no poder, volte a atacar opositores ao seu regime. A operação atende a uma resolução aprovada pela ONU na quinta-feira que autoriza 'qualquer medida' para impedir o massacre de civis no país e autoriza a criação de uma zona de exclusão aérea.
intervenção militar líbia (Foto: Goran Tomasevic/Reuters)Combatente rebelde observa veículo em chamas após ataque da coalizão internacional contra as forças de Muammar Kadhafi, neste domingo (20) (Foto: Goran Tomasevic/Reuters)
Em entrevistas a canais americanos, o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA disse que as forças aliadas conseguiram estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre o país. Segundo Mike Mullen, a operação está até agora sendo bem sucedida, embora ainda haja 'muito a fazer'.
A Dinamarca avisou que tem quatro aviões de guerra prontos para enviar à Líbia e que estava aguardando instruções americanas.
Ao menos 64 pessoas foram mortas após o início dos ataques de sábado, de acordo com fontes médicas líbias.
Armas ao povo
A agência oficial líbia informou que o regime de Kadhafi começou a distribuir armas para mais de um milhão de pessoas, como o próprio ditador havia anunciado na véspera.
Em mais um discurso na manhã deste domingo, o ditador garantiu que não deixará a sua terra e que irá "libertá-la" das forças da coalizão, que iniciou ataques aéreos ao país neste sábado (19). "Liquidaremos qualquer traidor ou colaborador da coalizão", ameaçou Kadhafi em um pronunciamento pela TV estatal. O líder disse que não deixará o Ocidente roubar ou explorar o petróleo do país, e assegurou que "todo o povo líbio está armado e vencerá". O ditador ainda disse que prevê "uma longa guerra" contra os opositores.
Opositor ao regime de Kadhafi atira para o ar em Benghazi (Foto: Finbarr O'Reilly/Reuters)Opositor ao regime de Kadhafi atira para o ar em Benghazi (Foto: Finbarr O'Reilly/Reuters)
Madrugada tensa
Disparos de artilharia antiaérea foram ouvidos na madrugada deste domingo em Trípoli, capital da Líbia, após um sábado de bombardeios. O fogo antiaéreo foi seguido de explosões e disparos de metralhadoras, e o céu ficou iluminado de tiros, segundo jornalistas das agências Reuters e da France Presse.
Ao menos um avião sobrevoou o setor da residência-quartel de Kadhafi, no bairro de Bab al Aziziya, no sul da capital, em meio aos disparos de artilharia e várias explosões.
A TV estatal afirmou que ataques aéreos aliados estavam ocorrendo em várias regiões da capital do país. Os ataques, segundo a nota, ocorreram nas cidades de Trípoli, Sirte (cidade natal de Kadhafi), Benghazi (sede dos rebeldes antigoverno), Misrata e Zuwarah.
'Campo de guerra'
No final da noite de sábado, Kadhafi disse que a Líbia iria responder militarmente e enfrentar o que ele chamou de uma "agressão colonialista e cruzada", horas depois do início dos ataques da coalizão.
Em um áudio divulgado na TV estatal, Kadhafi disse que  o Mar Mediterrâneo e o norte da África se transformariam em um "verdadeiro campo de guerra". Ele prometeu atacar alvos "civis e militares" na região do Mediterrâneo e abrir os depósitos do governo para armar a população líbia.
O ditador também apelou a "africanos, árabes, latino-americanos e asiáticos" que apoiem o povo líbio contra o inimigo. Em comunicado, o governo líbio tratou os ataques de sábado como "agressão", considerou que houve descumprimento da resolução 1.073 da ONU e pediu uma sessão extraordinária do Conselho de Segurança.
Mapa localiza ataques da coalizão internacional na Líbia (Foto: Arte/G1)
Liga Árabe
O chefe da Liga Árabe afirmou neste domingo que os árabes não queriam que ataques militares por potências ocidentais atingissem civis quando a Liga pediu uma zona de exclusão aérea na Líbia.
Em nota divulgada pela agência de notícias estatal do Egito, o secretário-geral Amr Mussa também disse que estava solicitando uma reunião de emergência da Liga Árabe para discutir a situação no mundo árabe e, particularmente, na Líbia.
"O que está acontecendo na Líbia difere do objetivo de impor uma zona de exclusão aérea, e o que nós queremos é a proteção de civis e que não haja mais bombardeios a eles", disse.
coalizao força bélica (Foto: Arte G1)

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