quarta-feira, 12 de junho de 2013


Desvio de verba em Olinda é investigado

Operação Repasse, do MPPE e Polícia Civil, resulta na prisão 

de três pessoas envolvidas em esquema de desvio de verbas 

 / JC Imagem



Desvio de recursos públicos da Prefeitura de Olinda para duas entidades sociais, que
 originalmente deveriam ter sido aplicados em projetos educacionais e de assistência 
social, totalizando R$ 232 mil – nos exercícios financeiros de 2008, 2009 e 2010 –, 
levaram o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a Polícia Civil a executar, 
nessa quarta-feira, a Operação Repasse, com a prisão de três acusados de 
participar do esquema. Os nomes não foram divulgados pelos promotores.
 Aberta pela Promotoria de Justiça de Patrimônio Público de Olinda (MPPE), 
a investigação, sob sigilo, decorreu por oito meses, deflagrando – a partir da 
Repasse – um processo criminal e outro de improbidade administrativa. 

De acordo com a investigação, o desvio ocorreu através da Secretaria de
 Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos, no último ano da 
gestão da ex-prefeita Luciana Santos (PCdoB) e nos dois iniciais da primeira
 gestão Renildo Calheiros (PCdoB). Os recursos eram do Fundo Municipal da
 Criança e do Adolescente, geridos pelos Conselhos Municipais da Criança e 
do Adolescente e de Assistência Social. O dinheiro foi desviado para o Clube
 da Mulher Tia Iracema, onde funciona a Creche Santa Ana – a principal 
beneficiária – e uma escola municipal, na Rua Faizão, em Ouro Preto.

A Operação Repasse contou com equipes conduzidas pela promotora de Defesa do
 Patrimônio, Allana Uchoa, e do Grupo de Atuação Especial de Combate a Organizaçõe
s Criminosas (Gaeco), Epaminondas Tavares, delegados e 30 agentes da Polícia Civil
. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, sendo aprendidos um veículo 
e malotes com documentos, entre os quais foram encontrados selos falsificados das 
Secretarias das Fazenda de Olinda e do Estado e notas fiscais frias, emitidas por
 empresas pertencentes a duas famílias envolvidas.
Em nota resumida, a Prefeitura diz que “prestará todos os esclarecimentos
 necessários para contribuir com o processo de investigação”. 

De acordo com os promotores, o desvio se concretizou por um esquema montado 
entre gestores à época da Secretaria de Desenvolvimento Social e a gestora do Clube
 da Mulher Tia Iracema, que “coincidentemente” era membro do Conselho
 Municipal da Criança e do Adolescente e “era responsável pela aprovação da lista 
das entidades aptas a serem beneficiadas com recursos do Fundo Municipal da 
Criança e do Adolescente”. Em um dos convênios (nº 039/2010), a gestora
 assinou pelo Conselho e como gestora da entidade beneficiada.

Os promotores constataram que recursos (de convênios) foram “majoritariamente 
usados para o pagamento de despesas pessoais e custos com voluntários, que
 na maioria das vezes eram integrantes das duas famílias que tinham ligação
 com a entidade”. Entre os crimes, o MPPE aponta o de lavagem de dinheiro
 e formação de quadrilha.

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