Desvio de verba em Olinda é investigado
Operação Repasse, do MPPE e Polícia Civil, resulta na prisão
de três pessoas envolvidas em esquema de desvio de verbas
Desvio de recursos públicos da Prefeitura de Olinda para duas entidades sociais, que
originalmente deveriam ter sido aplicados em projetos educacionais e de assistência
social, totalizando R$ 232 mil – nos exercícios financeiros de 2008, 2009 e 2010 –,
levaram o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a Polícia Civil a executar,
nessa quarta-feira, a Operação Repasse, com a prisão de três acusados de
participar do esquema. Os nomes não foram divulgados pelos promotores.
Aberta pela Promotoria de Justiça de Patrimônio Público de Olinda (MPPE),
a investigação, sob sigilo, decorreu por oito meses, deflagrando – a partir da
Repasse – um processo criminal e outro de improbidade administrativa.
De acordo com a investigação, o desvio ocorreu através da Secretaria de
Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos, no último ano da
gestão da ex-prefeita Luciana Santos (PCdoB) e nos dois iniciais da primeira
gestão Renildo Calheiros (PCdoB). Os recursos eram do Fundo Municipal da
Criança e do Adolescente, geridos pelos Conselhos Municipais da Criança e
do Adolescente e de Assistência Social. O dinheiro foi desviado para o Clube
da Mulher Tia Iracema, onde funciona a Creche Santa Ana – a principal
beneficiária – e uma escola municipal, na Rua Faizão, em Ouro Preto.
A Operação Repasse contou com equipes conduzidas pela promotora de Defesa do
Patrimônio, Allana Uchoa, e do Grupo de Atuação Especial de Combate a Organizaçõe
s Criminosas (Gaeco), Epaminondas Tavares, delegados e 30 agentes da Polícia Civil
. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, sendo aprendidos um veículo
e malotes com documentos, entre os quais foram encontrados selos falsificados das
Secretarias das Fazenda de Olinda e do Estado e notas fiscais frias, emitidas por
empresas pertencentes a duas famílias envolvidas.
Em nota resumida, a Prefeitura diz que “prestará todos os esclarecimentos
necessários para contribuir com o processo de investigação”.
De acordo com os promotores, o desvio se concretizou por um esquema montado
entre gestores à época da Secretaria de Desenvolvimento Social e a gestora do Clube
da Mulher Tia Iracema, que “coincidentemente” era membro do Conselho
Municipal da Criança e do Adolescente e “era responsável pela aprovação da lista
das entidades aptas a serem beneficiadas com recursos do Fundo Municipal da
Criança e do Adolescente”. Em um dos convênios (nº 039/2010), a gestora
assinou pelo Conselho e como gestora da entidade beneficiada.
Os promotores constataram que recursos (de convênios) foram “majoritariamente
usados para o pagamento de despesas pessoais e custos com voluntários, que
na maioria das vezes eram integrantes das duas famílias que tinham ligação
com a entidade”. Entre os crimes, o MPPE aponta o de lavagem de dinheiro
e formação de quadrilha.
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