Justiça ao sabor de canalhas?
Se foi para Temer, claro, não
foi propina…
Foi preciso aparecer a prova documental da farsa.
O cheque do PMDB, com o nome de Michel Temer.
Aí, claro, o “delator” mudou a versão.
O dinheiro da empreiteira Andrade Gutierrez, agora,
não é mais de
corrupção, é limpinho e é cheiroso.
Otávio Azevedo, ex-presidente da empreiteira,
diante do cheque, mudou
de versão.
O que era antes dinheiro sujo, entregue ao PT
e à campanha de Dilma Rousseff
por conta de achaques, agora, é contribuição
espontânea, legal, cívica, porque
foi mostrado a quem se deu: Michel Elias Temer Lulia.
E a mudança não se deu sobre o que se disse ao
acaso, ao acaso corrigido.
Não, foi dito num depoimento formal, diante de
um ministro do Tribunal Superior
Eleitoral e se referia a alguém que teve 54 milhões
de votos e foi escolhida pelo
povo brasileiro para dirigir o país.
Até agora, o mentiroso só teve benefícios. É delator
premiado.
Se já se podia ter dúvidas sobre o que dizia antes,
agora é possível ter certeza:
este cidadão mente e diz o que lhe é conveniente
porque é aquilo que alguém quer ouvir.
Quantos outros fazem o mesmo sem que se possa
ter um pedaço de papel que
lhes desmonte a vilania?
Em países onde a Justiça é tão utilizada como
modelo por aqui, Azevedo teria
saído preso do depoimento, por ter mentido ao
Tribunal.
Aqui, sai para o carro alugado, com motorista,
“bastante tranquilo”, segundo
o Estadão, dizendo que vai “caminhar olhando
para a frente”.
E, por certo, ainda processará, com boa chance
de que algum juiz lhe
dê razão, alguém que o chame de canalha.
Afinal, o que é mentir a um Tribunal, se
a mentira é o que convém?
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