O juiz Sergio Moro e o Ministério Público
Federal decidiram
não fazer
questionamentos à esposa de Eduardo Cunha,
Cláudia
Cruz, no
processo em que ela é acusada de usufruir das
contas
no exterior
que o ex-deputado federal teria supostamente
abastecido com
recursos desviados de esquemas na Petrobras.
Cláudia Cruz,
por ordem de seu advogado, avisou a Moro que
só
iria
responder as perguntas da defesa. O juiz
concordou e abriu
espaço para que o Ministério Público fizesse
perguntas,
ainda que para deixá-las apenas registradas,
mas o
procurador
também decidiu não participar.
Moro justificou
sua postura dizendo que "normalmente" não
faz
perguntas
quando o acusado decide ficar em silêncio
integralmente.
"Eu, normalmente, nesses casos, não faço
perguntas
quando o
acusado resolve ficar em silêncio
integralmente.
E normalmente
também deixo que as partes não
perguntem. Mas, neste caso,
como existe a ideia de
responder a defesa, se o Ministério
Público quiser
fazer as perguntas mesmo assim, para ficar
registrado,
aí é escolha do Ministério Público. Eu não vou
fazer
perguntas diante da manifestação da acusada",
comentou
Moro. Ao que um procurador rebateu:
"Eu também não vou fazer,
excelência."
Num
depoimento que não durou nove minutos, Cláudia
Cruz diz
que achava que tinha apenas um cartão
internacional, e não
uma conta corrente no exterior.
Ela disse que usava o cartão
para pagar despesas
de seus filhos que foram estudar fora.
Também
disse que desconhecia que Cunha poderia ser
acusado
de corrupção e que os recursos que ela
usufruia tinham
origens ilícitas.
O depoimento
é da tarde desta quarta (16), e foi divulgado
pelo Estadão.
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