Papa pede aos jovens que
não desanimem na luta contra a corrupção
No esperado discurso do Papa Francisco na comunidade de Varginha,
em Manguinhos, Zona Norte do Rio, não faltaram citações a questões
políticas, de corrupção, econômicas e até sobre o processo de
pacificação das favelas. Alternando momentos de humor e de
seriedade, o Pontífice enfatizou a importância da solidariedade
para a superação dos problemas e afirmou: "O Papa está com
vocês. Levo cada um no meu coração".
Ao iniciar sua fala, Papa Francisco destacou seu desejo era visitar
todos os bairros. "Queria bater à cada porta, beber um cafezinho
. Não um copo de cachaça", brincou. "Queria ouvir o coração de
cada um, mas o Brasil é tão grande. Então escolhi vir aqui,
comunidade que representa todos os bairros do Brasil", disse,
para delírio dos milhares de moradores que acompanhavam, o discurso.
"Desde o primeiro momento em que cheguei aqui me sinto acolhido.
Quando somos generosos acolhendo, não ficamos mais pobres.
Enriquecemos. Sei que quando alguém que precisa comer bate
à porta de vocês, vocês sempre dão um jeito de compartilhar a
comida. Como diz o ditado: 'Sempre se pode colocar mais água
no feijão'. Vocês fazem isso com alegria, mostrando que a
verdadeira riqueza está no coração".
Francisco, então, citou em seu discurso as autoridades políticas e as
classes mais privilegiadas. "Queria lançar um apelo a todos que possuem
mais recursos, as autoridades públicas: não se cansem de trabalhar po
r um mundo mais justo e solidário. Ninguém pode permanecer insensível
às desigualdades do mundo. Não é a cultura do egoísmo aquela que
constrói um mundo mais habitável, mas sim a cultura da solidariedade"
.O Papa prosseguiu falando sobre a importância da solidariedade
no mundo. "O povo brasileiro, sobretudo o mais simples, pode
dar ao mundo uma lição de solidariedade. Esta palavra é
frequentemente silenciada, porque incomoda. Quase parece um
palavrão", brincou, em tom sério.
O Papa falou sobre os esforços do Brasil para combater a fome e
a miséria, mas frisou que nenhum esforço de pacificação será
duradouro se abandonar a periferia. "Uma sociedade assim
empobrece a si mesma. Não deixemos entrar no nosso coração a
cultura do descartável. Somos irmãos. Ninguém é descartável.
" O Pontífice destacou ainda que a fome mais profunda é a da
felicidade. "Só Deus pode saciar a fome de dignidade."
A presença de muitos jovens no local também foi destacada pelo
papa. "Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial
diante das injustiças. Muitas vezes se desiludem com a corrupção,
com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o
seu próprio benefício. Repito: nunca desanime. Não percam a
confiança. Não deixem que se apague a esperança. O homem
pode mudar. Procurem praticar o bem. A igreja está ao seu lado".
Emoção
O discurso, feito num palanque montado num campo de futebol da comunidade,
aconteceu após o Papa percorrer a comunidade de papamóvel, rezar uma
missa na capela local, caminhar e cumprimentar dezenas de moradores,
especialmente crianças, e ainda entrar na casa de uma família, onde
permaneceu por cerca de 10 minutos.
Em todos os momentos, as pessoas, emocionadas, tentavam tocar em
Francisco, que respondia com acenos, sorrisos e muitas vezes
estendendo as mão para cumprimentá-las. Na capela, foi recebidos
por dezenas de crianças, rapidamente se dirigindo para elas e as abraçando.
Antes do seu discurso, um representante da comunidade se dirigiu ao
Pontífice, lembrando que a comunidade, sempre esquecida pela
mídia e pelas autoridades, ganhava naquele momento projeção
internacional. O representante pediu para se dirigir a Sua Santidade
como "Pai Francisco", por ser aquele que "acolhe a todos, e
especialmente aos mais pobres". O representante falou ainda dos
problemas da comunidade, afirmando que ela busca em Deus sua
força e seu caminho. "Nunca conseguimos discutir com autoridades
os problemas com enchentes que temos aqui", disse, acrescentando:
"Talvez somente agora, Pai Francisco, seja possível encontrar a
resposta de por que Sua Santidade está aqui. Porque somos
simples, pobres, pequenos. Agradecemos a sua visita, e que não
seja a única. Que o Senhor leve esta comunidade simples no coração."
No esperado discurso do Papa Francisco na comunidade de Varginha,
em Manguinhos, Zona Norte do Rio, não faltaram citações a questões
políticas, de corrupção, econômicas e até sobre o processo de
pacificação das favelas. Alternando momentos de humor e de
seriedade, o Pontífice enfatizou a importância da solidariedade para
a superação dos problemas e afirmou: "O Papa está com vocês.
Levo cada um no meu coração".
Ao iniciar sua fala, Papa Francisco destacou seu desejo era visitar
todos os bairros. "Queria bater à cada porta, beber um cafezinho.
Não um copo de cachaça", brincou. "Queria ouvir o coração de cada
um, mas o Brasil é tão grande. Então escolhi vir aqui, comunidade
que representa todos os bairros do Brasil", disse, para delírio dos
milhares de moradores que acompanhavam, o discurso.
"Desde o primeiro momento em que cheguei aqui me sinto acolhido.
Quando somos generosos acolhendo, não ficamos mais pobres.
Enriquecemos. Sei que quando alguém que precisa comer bate à
porta de vocês, vocês sempre dão um jeito de compartilhar a
comida. Como diz o ditado: 'Sempre se pode colocar mais água
no feijão'. Vocês fazem isso com alegria, mostrando que a
verdadeira riqueza está no coração".
O Papa prosseguiu falando sobre a importância da solidariedade no
mundo. "O povo brasileiro, sobretudo o mais simples, pode dar ao
mundo uma lição de solidariedade. Esta palavra é frequentemente
silenciada, porque incomoda. Quase parece um palavrão", brincou,
em tom sério.
Francisco, então, citou em seu discurso as autoridades políticas e
as classes mais privilegiadas. "Queria lançar um apelo a todos que
possuem mais recursos, as autoridades públicas: não se cansem
de trabalhar por um mundo mais justo e solidário. Ninguém
pode permanecer insensível às desigualdades do mundo. Não é
a cultura do egoísmo aquela que constrói um mundo mais habitável,
mas sim a cultura da solidariedade".
O Papa falou sobre os esforços do Brasil para combater a fome
e a miséria, mas frisou que nenhum esforço de pacificação será
duradouro se abandonar a periferia. "Uma sociedade assim
empobrece a si mesma. Não deixemos entrar no nosso coração a
cultura do descartável. Somos irmãos. Ninguém é descartável.
" O Pontífice destacou ainda que a fome mais profunda é a da
felicidade. "Só Deus pode saciar a fome de dignidade."
A presença de muitos jovens no local também foi destacada pelo
papa. "Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial
diante das injustiças. Muitas vezes se desiludem com a corrupção,
com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o
seu próprio benefício. Repito: nunca desanime. Não percam a
confiança. Não deixem que se apague a esperança. O homem
pode mudar. Procurem praticar o bem. A igreja está ao seu lado".
Emoção
O discurso, feito num palanque montado num campo de futebol da
comunidade, aconteceu após o Papa percorrer a comunidade d
e papamóvel, rezar uma missa na capela local, caminhar e
cumprimentar dezenas de moradores, especialmente crianças,
e ainda entrar na casa de uma família, onde permaneceu por
cerca de 10 minutos.
Em todos os momentos, as pessoas, emocionadas, tentavam tocar
em Francisco, que respondia com acenos, sorrisos e muitas vezes
estendendo as mão para cumprimentá-las. Na capela, foi recebido
s por dezenas de crianças, rapidamente se dirigindo para elas e as abraçando.
Antes do seu discurso, um representante da comunidade se dirigiu ao
Pontífice, lembrando que a comunidade, sempre esquecida pela mídia
e pelas autoridades, ganhava naquele momento projeção internacional.
O representante pediu para se dirigir a Sua Santidade como
"Pai Francisco", por ser aquele que "acolhe a todos, e especialmente
aos mais pobres". O representante falou ainda dos problemas da
comunidade, afirmando que ela busca em Deus sua força e seu
caminho. "Nunca conseguimos discutir com autoridades os problemas
com enchentes que temos aqui", disse, acrescentando: "Talvez somente
agora, Pai Francisco, seja possível encontrar a resposta de por que
Sua Santidade está aqui. Porque somos simples, pobres, pequenos.
Agradecemos a sua visita, e que não seja a única. Que o Senhor
leve esta comunidade simples no coração."
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