Alto custo de vida aumenta
revolta no Brasil
O custo de vida continua a subir no Brasil, e aumenta os protestos
contra os impostos e por produtos e serviços mais baratos
Qualquer pessoa que já fez compras no exterior sabe que há algo de
errado com o preço dos produtos e serviços no Brasil. No país onde
uma pizza família de mussarela pode custar quase US$ 30 (cerca de R$ 70),
o alto custo de vida aumenta a ira da população contra os gastos da elite política.
O aumento do preço dos transportes, estopim dos protestos de rua, é apenas
um dos muitos gastos que consomem o modesto salário da população.
Alugar um apartamento no Rio de Janeiro, por exemplo, já está mais caro
do que em Oslo, capital da rica Noruega. “As pessoas ficam com raiva porque
sabem que poderiam pagar menos. Sabemos que existe algo errado nisso”,
diz Luana Medeiros, funcionária do ministério da Educação.
O alto custo de vida no país é atribuído a uma série de fatores, como a falta
de estrutura e as políticas protecionistas. Mas, para alguns economistas,
os altos preços no país são reflexo de um sistema tributário falho. No Brasil,
as empresas são obrigadas a pagar 88 tipos de impostos, segundo Alexandre
Versignassi, especialista em decifrar o código tributário brasileiro. Alguns
desses impostos são repassados diretamente ao consumidor.
Pouco antes do início dos protestos, o governo tentou combater a alta dos
preços, aumentando a taxa básica de juros e cortando impostos de alguns
produtos. Porém, o constante aumento da inflação frustrou as manobras
do governo.
Uma nova lei que obriga os estabelecimentos a especificarem na nota fiscal
os impostos pagos pelo consumidor mostra a discrepância entre o preço pago
e o preço real. O designer gráfico Fernando Bergamini ficou impressionado
ao saber que dos R$ 205 pagos em uma compra R$ 55 eram impostos.
“É estarrecedor a diferença entre os altos impostos que pagamos ao governo
e os péssimos serviços que recebemos em troca”, diz Bergamini.
OPINIÃO &NOTICIA
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