sábado, 15 de dezembro de 2012


MERCADO DE TRABALHO

Saiba onde faltam profissionais

 no Brasil

A cada ano, mais de 20 mil postos no setor de engenharia ficam em aberto no país



Um estudo feito pela consultoria ManpowerGroup revelou que 71% dos empregadores
 entrevistados no Brasil afirmam que têm dificuldades para preencher postos de trabalho
 em várias áreas, desde motoristas a profissionais de tecnologia.

A cada ano, mais de 20 mil postos no setor de engenharia, por exemplo, ficam em aberto. 
Em uma tentativa de minimizar essa situação, instituições de ensino vêm apostando na 
criação de cursos mais específicos, como para a área de petróleo.

Dificuldade para preencher vagas

Em se tratando de dificuldade para contratar funcionários, o Brasil ficou atrás apenas 
do Japão entre os 41 países analisados pela consultoria.
O diretor da Manpower Group no Brasil, Riccardo Barberis, disse em entrevista à BBC 
Brasil que “a dificuldade de se preencher vagas no Brasil vem crescendo a cada ano.
 Do ano passado para cá, houve um crescimento de 15% na dificuldade relatada pelos
 empregadores em contratar”.

Quantidade e qualidade

A escassez, segundo Barberis, se dá tanto na quantidade de profissionais quanto na 
qualidade deles.
Entre as áreas que os empregadores têm mais dificuldades para encontrar profissionais 
no Brasil estão técnicos (de automação a edificações, e de eletrônica a alimentos e bebidas), trabalhadores de ofício manual (costureiras, passadeiras, sapateiros, eletricistas, pintores, 
encanadores e pedreiros), engenheiros, motoristas, operadores de produção, profissionais 
de finanças e representantes de vendas, profissionais de TI, operários e mecânico.
Todos os anos no Brasil, mais de 20 mil postos de trabalho no setor 
engenharia ficam em aberto porque não se formaram profissionais
 suficientes para preenchê-los.
Para lidar com esse déficit, faculdades vêm criando cursos mais voltados para áreas 
específicas (como petróleo) e institutos fazem parcerias como a fechada entre o 
Senai e o MIT (Massachusetts Institute of Technology) para operar centros de 
inovação no Brasil.

O dado fez com que o país ocupasse o segundo lugar entre os 41 países analisados
 - atrás apenas do Japão, onde 81% dos patrões sofrem mais para contratar,
 enquanto a média global é de 34%.Mas não é apenas neste setor que há falta 
de profissionais. Segundo um estudo feito pela consultoria ManpowerGroup, 71% 
dos empregadores entrevistados no país dizem ter dificuldade para preencher 
postos nas mais diversas áreas - de motoristas a profissionais de tecnologia.
"De acordo com nossa pesquisa, a dificuldade de se preencher vagas no Brasil
 vem crescendo a cada ano. Do ano passado para cá, houve um crescimento de 
15% na dificuldade relatada pelos empregadores em contratar", afirma
 Riccardo Barberis, diretor da Manpower Group no Brasil.
Barberis ressalta que a escassez se dá tanto na quantidade de profissionais 
como na qualidade deles, no caso de vagas que exigem conhecimentos específicos,
 e atinge cargos de nível superior e técnico.
Veja as 10 áreas no topo do ranking da pesquisa "Escassez de Talentos", da 
ManpowerGroup, e a opinião de especialistas sobre cada uma delas.

1º Técnicos

É no campo técnico que os empregadores mais enfrentam dificuldade para
 encontrar profissionais. E a escassez permeia todas as áreas técnicas, de 
automação a edificações, de eletrônica a alimentos e bebidas.
Segundo Barberis, no passado o curso técnico no Brasil era considerado um
 plano B, uma segunda opção. E por isso o investimento na área foi prejudicado
, sendo incapaz de suprir a demanda atual.

O que fazer? Já se sabe hoje que os cursos técnicos oferecem uma oportunidade
 profissional mais rápida e, por isso, eles vem sendo valorizados e ganhando
 investimentos. Os especialistas concordam que o Brasil está caminhando na
 direção certa nesse setor.
"Mas diante da carência estrutural do mercado brasileiro, é preciso investir mais
 nessas políticas", afirma Barberis, citando o exemplo da Alemanha, que investe
 pesado em escola técnicas e é hoje um dos países na zona do euro com menor
 taxa de desemprego

2º Trabalhadores de ofício manual

Entram nessa categoria trabalhadores com uma habilidade específica ou autônomos
 especializados em um ofício, como costureiras, passadeiras, sapateiros, eletricistas, 
pintores, encanadores e pedreiros.
A escassez no Brasil segue uma tendência global, já que na média mundial a falta
 de profissionais nessa área é a primeira do ranking.

O que fazer? Como para muitas dessas profissões não são necessários cursos
 mais longos, de dois anos, basta um treinamento, trata-se, portanto, de um desafio
 menos complexo. Segundo Barberis, uma das saídas é conectar melhor jovens sem 
experiência, mas que querem trabalhar, por meio, por exemplo, de parcerias entre
 a iniciativa privada e o setor público.

3º Engenheiros

Uma pesquisa da consultoria PageGroup ilustra bem essa escassez. De mil 
oportunidades de emprego analisadas, 38% eram na área de engenharia. Boom
 na economia, a descoberta do pré-sal e megaeventos esportivos vêm alavancando 
o setor.
Para Marcelo De Lucca, diretor da PageGroup, faltou planejamento por parte do 
governo e das instituições de ensino. Ele cita ainda algumas das áreas da engenharia
 em que as faculdades voltaram a investir, como geologia, um setor que estava 
estagnado e que agora voltou a crescer.
O que fazer? De Lucca diz acreditar que as faculdades agora estão correndo para
se atualizar e reverter esse cenário de falta de profissionais.
"As universidade começaram a se reposicionar em relação à demanda do mercado
 de trabalho", afirma. "Mas isso leva tempo para dar resultado, já que esses jovens
 vão se formar apenas em quatro ou cinco anos."

4º Motoristas

Faltam profissionais voltados para o setor de transporte de cargas, ou seja,
 motoristas de caminhão.
De acordo com a ManpowerGroup, isso se deve a mudanças no setor, como o fato 
de as transportadoras exigirem experiência e capacidade de conduzir caminhões
 cada vez mais modernos, com tecnologia avançada. Dados da Agência Nacional 
de Transportes Terrestres (ANTT) afirmam que o número de veículos de carga
 registrados junto ao órgão é 2,5 vezes maior que o de profissionais inscritos.
O que fazer? No caso de caminhões mais modernos, fornecer mais treinamento.

5º Operadores de produção

O problema é semelhante ao caso dos profissionais de ofício manual, mas esses 
funcionários têm atuação mais técnica e trabalham na indústria. De acordo com
 especialistas, o crescimento da demanda não acompanhou o ritmo de formação
 e treinamento desses trabalhadores.
O que fazer? Segundo especialistas, são necessários cursos mais conectados
 com a necessidade das empresas. Outra sugestão citada é facilitar o modo como 
se recruta funcionários, divulgando a vaga em ambientes - reais ou online - 
frenquentados por jovens.

6º e 7º Profissionais de finanças e Representantes de vendas

Consultores da área de recursos humanos afirmam que empregadores têm sofrido
 uma dificuldade crescente para encontrar profissionais que atendam ao novo perfil
 da profissão.
De acordo com os especialistas, quem vende hoje precisa ter um conhecimento 
mais aprofundado, com mais habilidades na área de finanças e sistemas de
 comunicação em outros países, além de capacidade de pensar em soluções
 e gerir equipes.
O que fazer? Como a atividade está agora muito mais sofisticada, é preciso atualizar
 os cursos e focar nas áreas citadas acima.
Para reter talentos, Gilberto Cavicchioli, professor do Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM, afirma que são necessários benefícios
 diferentes do que se oferecia no passado.

8º Profissionais de TI

A escassez diz respeito a área de tecnologia em geral, seja dentro de empresas 
do setor ou em companhias que nada têm a ver com tecnologia especificamente.
A demanda em TI explodiu tanto em empresas de desenvolvimento de software 
como em bancos e companhias de telefonia celular, por exemplo, onde se cuida 
de gestão dos computadores e áreas de sistemas internos.

O que fazer?
 "As faculdades, como as de TI, precisam de mudanças mais radicais",
 afirma Barberis. "O programa Ciência sem Fronteiras é positivo porque têm uma 
visão mais global, olhando de forma mais ampla. Mas as iniciativas ainda são restritas."

9. Operários

Os especialistas avaliam que faltam profissionais em diversos setores da indústria 
brasileira e dizem que a escassez foi gerada pelo aumento da demanda, que tem 
sido enorme nos últimos anos.
São inúmeras obras por todas grandes capitais e, como os prazos são escassos,
 não há tempo hábil para se dar oportunidade a quem não tem experiência, de 
acordo com a ManpowerGroup.
Há também carreiras mais atraentes, e a possibilidade de cursos técnicos acaba 
afetando a quantidade necessária de trabalhadores no setor.

O que fazer? Novamente, a chave é sintonizar melhor as necessidades das
 indústrias e trabalhadores que buscam emprego.

10º Mecânico

A profissão vive um cenário que mescla a situação do setor de ofícios manuais e a 
de motoristas, com profissionais com uma habilidade específica, mas que precisam 
se atualizar.
O que fazer? Novamente, a resolução desse problema passa por mais treinamentos
 específicos e cursos de atualização, especialmente os ligados a novas tecnologias.
 Também é preciso atrair jovens sem experiência para essa área.
OPINIÃO &NOTICIA

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