quinta-feira, 13 de setembro de 2012


SAÚDE

Novas cepas de gripe suína 

podem infectar humanos,

diz estudo

Cientistas aconselham vigilância mundial com as variações de cepas

 de gripe em suínos


Ninguém sabe onde e quando a próxima pandemia de gripe virá. Agora, os cientistas
 têm evidências de que cepas de gripe encontradas com frequência em rebanhos
suínos podem sofrer mutações de modo a infectar humanos e se espalhar
 facilmente entre a população. Um novo estudo publicado na última
 segunda-feira, 10, na revista especializada Proceedings of the National
 Academy of Sciences, descobriu que uma cepa de gripe isolada de suínos 
foi capaz de infectar furões e os matar com facilidade. Os furões são
 comumente utilizados nos estudos da gripe humana por manifestarem 
muitos dos mesmos sintomas e reações que os humanos.
De acordo com o co-autor do estudo, o virologista Richard Webby, 
embora esse vírus em particular não represente uma ameaça para a saúde 
humana, pois é semelhante ao da gripe suína H1N1, que tem circulado
 entre as pessoas desde 2009, os resultados do estudo reforçam a 
necessidade de vigilância global.
Cientistas sul-coreanos que trabalham com Webby e seus colegas
 analisaram quatro cepas do vírus influenza A, coletadas de um
 matadouro de suínos. Eles concentraram seus experimentos sobre os
 chamados vírus com rearranjo triplo, que contêm uma mistura de 
propriedade genética de aves, humanos e suínos.
Estas cepas, que infectaram granjas na Coreia do Sul durante a última 
década, tiveram origem na América do Norte e provavelmente foram
 introduzidas na Ásia através da importação de gado. Vírus similares
 ainda infectam rebanhos suínos nos EUA e, por vezes, causam a doença
 nos animais.
Os cientistas infectaram os furões com os vírus através das vias respiratórias,
 e uma das quatro cepas introduzidas causou doença grave nos animais.  
Dos três furões inoculados, um morreu e dois foram sacrificados porque 
estavam muito doentes. Para testar se o vírus se espalha facilmente, furões
 saudáveis foram colocados em gaiolas ao lado de furões infectados, perto 
o suficiente para serem expostos a gotículas de espirro, mas não perto
 o suficiente para que os animais tivessem contato. Um morreu, outro
 ficou doente e foi sacrificado e o terceiro se manteve saudável, embora
 as alterações de seu sistema imunológico mostraram que ele tinha sido
 exposto ao vírus.
Os pesquisadores descobriram que o vírus passou por duas mutações após
 ter sido transmitido dos suínos para os furões, permitindo uma doença grave 
e uma propagação fácil entre os animais de espécies distintas. Uma das 
mudanças foi na proteína chamada hemaglutinina, que tornou a doença mais
 perigosa, e a outra mutação alterou a estrutura da proteína neuraminidase,
 permitindo que o vírus rompesse a barreira da célula e passasse a infectar 
outras células. Embora os pesquisadores não saibam ao certo se o vírus pode
 infectar pessoas, os resultados com furões sugerem que sim.
Segundo a virologista Nancy J. Cox,  diretora do departamento de influenza
 do Centro para Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta, a mensagem
 é que a vigilância da gripe suína precisa ser melhorada em todo o mundo: 
“Estamos preocupados não é tanto com  este vírus em particular”, disse Cox. 
”É com todos os vírus que podem estar em populações de suínos em outras partes do mundo.”


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