sábado, 11 de agosto de 2012


TELECOMUNICAÇÕES

O próximo apagão brasileiro?

Uma rede de telefones móveis sobrecarregada pode ser um gargalo

 para a maior economia da América Latina


Após uma proibição parcial de criar novas linhas, que se estendeu por 
11 dias, a TIM, a Oi e a Claro, três das quatro maiores companhias de
 telefonia móvel, estão de volta à atividade. Em 23 de julho, a agência
 nacional de telecomunicações, ANATEL, impôs as sanções como uma
 advertência a respeito da necessidade de uma melhor administração
 e mais investimento. Em vários estados, a agência puniu a empresa com
 o maior número de reclamações, a TIM, uma subsidiária da Telecom 
Italia, em 18 estados e no Distrito Federal; a Oi, que é parcialmente
 controlada pela Portugal Telecom, em 5; e a Claro, que pertence à
 mexicana América Móvil, em 3. A Vivo, subsidiária da espanhola
 Telefónica, escapou por não ser a pior em nenhum lugar.
Seguiram-se diversas reuniões entre a agência reguladora, o governo
 e os executivos das empresas. Requereu-se da Vivo planos de investimento
 detalhados. As outras três  apresentaram orçamentos refeitos rapidamente, 
antecipando RS$ 4 bilhões em investimentos para totalizar RS$ 20 bilhões 
até 2014. Mas mesmo R$ 20 bilhões podem ser pouco para evitar uma crise 
das telecomunicações. De acordo com uma reportagem da Exame, a Anatel
 acha que o setor precisa de RS$ 240 bilhões em investimento ao longo da
 década seguinte.
As empresas de telecomunicação herdaram uma infraestrutura terrível e
 proporcionalmente poucos clientes quando da privatização do setor em 1990.
 Desde então, o setor investiu centenas de bilhões de reais, expandindo a
 cobertura e cortando custos, mas a capacidade não se expandiu tão
 rapidamente quando a demanda. Embora 87% dos brasileiros já tenham
 um celular, este não é de muita utilidade se não consegue efetuar ligações.
O governo também está apreensivo em relação à Copa de 2014 e às 
Olimpíadas de 2016. Em Londres, a demanda por banda telefônica é 8
 vezes superior à de Pequim à época das olimpíadas. As companhias de
 telefonia móvel comparam a demanda àquela que seria gerada por 17
dias consecutivos com quatro  casamentos reais a cada dia. Certamente
 a necessidade aumentará até 2014.
OPINIÃO&NOTICIA



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