O diplomata argelino prestes a se tornar o novo mediador internacional na Síria afirmou que precisa esclarecer urgentemente que tipo de apoio será oferecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e falou que é muito cedo para dizer se o presidente Bashar al-Assad deve renunciar.
O diplomata veterano Lakhdar Brahimi deu
as declarações um dia após a ONU confirmar que
ele assumirá o cargo de Kofi Annan como mediador.
Annan, que deixa o posto no fim deste mês sem
sucesso em sua tentativa, renunciou reclamando
que divisões dentro do Conselho de Segurança da
entidade atrapalharam seu trabalho.
Brahimi deixou claro que está ciente do problema
no Conselho de Segurança e que, portanto,
precisa urgentemente esclarecer que suporte
a ONU oferecerá ao seu trabalho para assegurar
que a missão tenha maior chance de êxito.
"Quando eu for a Nova York, perguntarei muitas
coisas. Como nos organizar, com quem falaremos
e que tipo de plano traçaremos?", disse o
diplomata à Reuters em uma entrevista por
telefone, neste sábado.
Brahimi assume o papel, descrito como
"missão impossível" por um diplomata francês
, em um momento em que a violência entre as
forças do governo e os rebeldes está em seu
ponto máximo e sem sinais de um cessar-fogo.
Mais de 18 mil pessoas morreram e cerca de
170 mil deixaram o país desde o início dos
conflitos, de acordo com a ONU.
O Conselho de Segurança continua altamente
dividido, com Rússia e China vetando sanções
a Assad, sob o argumento de que o Ocidente
está tentando derrubar o governo sírio. Três
outros membros permanentes do Conselho --
Estados Unidos, Grã-Bretanha e França --
são favoráveis a duras sanções.
Brahimi afirmou que vai para Nova York na
próxima semana para aceitar oficialmente sua
missão e, depois, irá ao Cairo para se encontrar
com o chefe da Liga Árabe, Nabil Elaraby.
Descrevendo a situação síria como
"absolutamente terrível", o diplomata disse
que fará o seu melhor para encerrar os 17
meses de conflito.
Ele evitou, no entanto, declarar se achava que
Assad tinha de renunciar, algo que contrastou
com a postura de Annan, que chegou a dizer
que o líder sírio "precisava deixar o cargo".
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