CONTA ALTA
Quem irá pagar os honorários
dos advogados de defesa
do caso mensalão?
Valores variam de R$ 6 milhões a R$ 500 mil, mas nenhum diz o quanto
exatamente cobra de seu cliente e quem paga a conta
A partir desta segunda-feira, 6, um time de eminentes
advogados
participará de uma ação coordenada que tentará livrar
seus clientes da
condenação em um caso histórico: o julgamento do
mensalão. São mais
de 150 advogados de 30 dos mais caros escritórios de
criminalistas do país.
Cobram por hora e costumam calcular seus honorários
em dólar. Serão
necessários pelo menos oito dias para que todos os réus
tenham direito de
defesa. Como indagou o articulista Augusto Nunes esta
semana na revista
Veja, é natural que os brasileiros estejam se perguntando
quem vai bancar
os honorários destes respeitados “doutores em impunidade”.
“Os banqueiros, empresários, diretores de estatais e
publicitários afundados
na roubalheira do mensalão juntaram patrimônio mais
que suficiente para
o arrendamento de chicaneiros supervalorizados”,
escreve Nunes. “Mas
e os outros? E o bando que posa de carmelita descalça
para jurar que decidiu
ficar mais pobre para servir à nação? (…) Como vão
conseguir dinheiro para
pagar advogados que não abrem mão sequer do
adicional comparsa? Só a
polícia poderá decifrar o mistério que, se depender
dos companheiros
mensaleiros, jamais será desfeito”.
Os honorários dos advogados variam de R$ 6 milhões
a R$ 500 mil, e dois
deles trabalham de graça, segundo mostrou uma
reportagem do jornal
O Globo publicada no último fim de semana. Todos
admitem estar
- trabalhando em um julgamento histórico que garante
visibilidade, porém,
nenhum diz abertamente quanto está cobrando de
seu cliente. A maioria dos
réus tem para sua defesa, um grupo com cinco a
sete profissionais,
especializados em livrar da cadeia clientes com quase
nenhuma chance
de absolvição.
Recentemente, alguns dos mensaleiros afirmaram na
mídia não terem
dinheiro sequer para a sua própria moradia. É o caso
de Délubio Soares
, que disse estar morando com a sogra, devido à falta de
recursos.
José Genoino também tem declarado não ter verba para
sua subsistência
. A dúvida que surge destas declarações é quem ou como
eles irão conseguir
pagar os bacharéis mais caros do país.
De acordo com o advogado de José Genoino, Luiz
Fernando Pacheco – que
dispõe de mais sete advogados auxiliares, o seu
escritório está cobrando
“uma quantia módica” de cinco dígitos, já que seu
cliente não pode pagar:
“O PT está ajudando. O Genoino é tão pobre que não
tem um gato para puxar
pelo rabo”, disse.
Outro advogado que disse estar sendo generoso com
o cliente é Luiz Francisco
Corrêa Barbosa, advogado de Roberto Jefferson,
que afirmou não estar
cobrando nada do seu amigo: “Ele não tem dinheiro.
É meu amigo,
meu colega de escritório e companheiro de partido.
Quando vejo uma
ovelha cercada por dez cachorros, sou advogado
da ovelha”.
Entre os grandes nomes estão também: o ex-ministro
da Justiça Márcio
Thomaz Bastos, que trabalha com duas secretárias e
uma advogada,
Antonio Carlos de Almeida Castro – o Kakay –,
que defende o
publicitário Duda Mendonça junto à sua sócia Zilmar
Fernandes com
um grupo de cinco advogados e estagiários; Rogério
Tolentino, advogado
-ligado a Marcos Valério e Geiza Dias, gerente financeira
da SMP&B.
fonte OPINIÃO&NOTICIA
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