quinta-feira, 21 de junho de 2012

15/06/2012 10h43 - Atualizado em 15/06/2012 13h08 Quatro brasileiros estão em lista de corrupção do Banco Mundial

Paulo Maluf no dia da diplomação como deputado (Foto: Roney Domingos/G1)



Quatro brasileiros estão em um banco de dados do
 Banco Mundial que lista 150 casos internacionais de
 corrupção. Entre eles, o deputado e ex-prefeito de
 São Paulo Paulo Maluf e os banqueiros Daniel Dantas
 e Edemar Cid Ferreira.
Batizado de "The Grand Corruption Cases Database 
Project", o projeto reúne informações de cerca de
 150 casos em que foram comprovadas movimentações 
bancárias de pelo menos US$ 1 milhão (R$ 2 milhões) 
relacionados à corrupção e lavagem de dinheiro.
A ideia teve origem em um relatório publicado pelo
 Banco Mundial no fim do ano passado. Segundo o 
estudo, a corrupção movimenta cerca de US$ 40 bilhões
 (R$ 80 bilhões) por ano no mundo.
O banco de dados coloca à disposição documentos
 e informações dos processos de cada caso, mas não
 há um ranking dos mais corruptos ou de qual país 
concentra casos mais graves e onerosos aos cofres
 públicos.
De acordo com a descrição no site, o projeto reúne
 casos de corrupção em grande escala entre 1980 e 
2011 "envolvendo o mau uso de pelo menos uma entidade
 legal ou instrumento jurídico legal para ocultar o
 beneficiário e dissimular a orgiem ou destinação dos
 ativos roubados." O montate envolvido em cada caso,
 segundo o Banco Mundial, é de pelo menos US$ 1 milhão.
Dupla apariçãoEntre os brasileiros presentes no levantamento, chama a
 atenção a dupla aparição do ex-prefeito da capital paulista
 e deputado federal, Paulo Maluf. Na primeira vez em que
 aparece no sistema, ele é acusado pelo procurador-geral
 de Nova York de movimentar US$ 140 milhões no Banco 
Safra, entre 1993 e 1996.
Em outro processo, é acusado de desviar dinheiro de 
pagamentos fraudulentos para contas em bancos em 
Nova York e na Ilha de Jersey, no Reino Unido. O
 assessor de imprensa de Maluf, Adilson Laranjeira, 
disse na quinta que "Paulo Maluf não tem nem nunca 
teve conta no exterior".
O banqueiro Daniel Dantas também é citado no banco
 de dados criado pelo Banco Mundial pelo caso do 
Grupo Opportunity, em 2008, quando teve US$ 46 milhões
 bloqueados em contas do Reino Unido.
Em nota, o Opportunity afirma que esse relatório é
datado de 2008 e está desatualizado. Leia a íntegra:
"O Banco Mundial está sendo notificado pelo Opportunity.
Esse relatório é datado de 2008 e está desatualizado. 
Afora isso, em 2008, a farsa da Satiagraha ainda não 
havia sido desmascarada em toda a sua extensão.
Por conta de possíveis erros como esse, o Banco
 Mundial expressamente não garante a veracidade das
 informações.
A Satigraha foi uma operação encomendada ancorada 
em provas forjadas e crimes financeiros inexistentes.
Em 9 de novembro de 2010, Protógenes Queiroz, à
 época delegado e comandante da operação, foi
 condenado por fraude processual e violação de sigilo
 funcional pela 7ª Vara Criminal de São Paulo. O
 Ministério Público entendeu também que ele deve
 responder pelos crimes de prevaricação e corrupção
 passiva.
Em junho de 2011, o Superior Tribunal de Justiça 
decidiu pela nulidade da Satiagraha."
O fundador e ex-presidente do Banco Santos, 
Edemar Cid, Ferreira também aparece na relação.
 Edemar rechaçou a publicação, alertando sobre a
 existência de um disclamer - segundo ele, um aviso
 da própria instituição de que "as constatações,
 interpretações e conclusões expressas no banco
 de dados não refletem necessariamente a opinião 
dos diretores executivos do Banco Mundial ou dos
 governos que eles representam".
O caso do propinoduto, que envolveu o ex-subsecretário 
de Administração Tributária do Rio Rodrigo Silveirinha
Correa e outros três fiscais e quatro auditores da
 Receita Federal, também é citado. "Meu cliente
 é acusado de corrupção passiva, mas até hoje não 
foi identificado nenhum corruptor", afirmou o advogado
 de Silveirinha, Fernando Fragoso. Segundo ele, o
 fiscal não tomou conhecimento da citação do seu 
caso na lista.

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