Prefeito e primeira-dama são acusados de formação de quadrilha.
Ação, baseada em inquérito da Polícia Federal, tem como réus
outras sete pessoas, incluindo os três filhos do peemedebista
Simone Gonçalves
Taubaté
Taubaté
O Ministério Público Federal apresentou denúncia à Justiça contra o
prefeito de Taubaté, Roberto Peixoto (PMDB), e outras sete pessoas
por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A acusação, dividida em duas ações, é baseada no relatório final da
A acusação, dividida em duas ações, é baseada no relatório final da
Operação Urupês, deflagrada pela Polícia Federal para investigar desvio
de recursos públicos em contratos da prefeitura para a compra de
merenda escolar e remédios.
O teor das denúncias não foi divulgado pela Procuradoria.
O VALE apurou, no entanto, que uma das ações pede o sequestro
O teor das denúncias não foi divulgado pela Procuradoria.
O VALE apurou, no entanto, que uma das ações pede o sequestro
dos bens de todos os acusados.
Além de Peixoto, foram denunciados a primeira-dama Luciana Flores
Além de Peixoto, foram denunciados a primeira-dama Luciana Flores
Peixoto, os três filhos do casal (Roberta, Viviane e Felipe Peixoto), o
ex-chefe de gabinete do prefeito Fernando Gigli Torres e duas pessoas
que teriam sido usadas como ‘laranjas’ no suposto esquema --Luciane
Prado Rodrigues e José Eduardo Touso. Todos eles negam as acusações.
Processo. As denúncias, subscritas pela procuradora regional chefe, Luiza
Processo. As denúncias, subscritas pela procuradora regional chefe, Luiza
Cristina Frischeisen, foram encaminhadas à Justiça Federal no último dia 14
. O órgão deverá decidir nos próximos dias se acolhe ou não as ações.
Se elas forem aceitas, os oito acusados serão notificados e prestarão
Se elas forem aceitas, os oito acusados serão notificados e prestarão
esclarecimentos sobre o caso. Depois, a Justiça decidirá pela condenação
ou não dos envolvidos.
A denúncia deverá ser analisada nos próximos dias pelo desembargado
A denúncia deverá ser analisada nos próximos dias pelo desembargado
r Mairan Maia, o mesmo que decretou a prisão temporária do casal Peixoto
em junho do ano passado, durante as investigações da PF --o prefeito e a
mulher foram soltos três dias depois.
Operação. A Operação Urupês foi deflagrada no ano passado pela
Operação. A Operação Urupês foi deflagrada no ano passado pela
de Compras da prefeitura, Carlos Anderson dos Santos, por três dias.
De acordo com as investigações, o prefeito receberia propina de fornecedores
De acordo com as investigações, o prefeito receberia propina de fornecedores
contemplados com contratos superfaturados. O esquema operaria desde
2007 na prefeitura --os contratos investigados somam cerca de R$ 30 milhões.
O dinheiro obtido junto aos fornecedores teria sido usado por Peixoto para a
O dinheiro obtido junto aos fornecedores teria sido usado por Peixoto para a
compra de bens, como um sítio em São Bento do Sapucaí e um apartamento
em Ubatuba.
As investigações tiveram início a partir de denúncias do ex-chefe de gabinete
As investigações tiveram início a partir de denúncias do ex-chefe de gabinete
Fernando Gigli Torres, que rompeu com o prefeito.
A defesa de Peixoto ingressou em dezembro com um habeas corpus preventivo
A defesa de Peixoto ingressou em dezembro com um habeas corpus preventivo
para evitar uma possível nova prisão do casal, mas o pedido acabou negado.
A prisão de Peixoto
Entenda o casoInquérito
InvestigaçõesPolícia Federal abriu inquérito em 2009 para apurar denúncias de
corrupção na Prefeitura de Taubaté. O processo foi desencadeado
por denúncias de Fernando Gigli Torres, ex-chefe de gabinete
do prefeito Roberto Peixoto (PMDB)
Atuação
EscutasA PF utilizou nas investigações documentos fornecidos pela prefeitura,
documentos apreendidos a partir de mandados judiciais, escutas telefônicas
de agentes públicos e empresários e campanas próximo a residências e
locais de trabalho dos envolvidos
Empresas
ContratosDe acordo com a PF, três empresas fornecedoras de remédios e
Empresas
ContratosDe acordo com a PF, três empresas fornecedoras de remédios e
merenda estariam envolvidas no suposto esquema de superfaturamento
em contratos e desvio de recursos públicos federais --elas seriam
a EB Alimentação Escolar, a Sistal Alimentação de Coletividade e
a Acert Serviços Administrativos. Elas pagariam propina ao prefeito
Patrimônio
Lavagem de dinheiroA PF investigou também o uso do dinheiro supostamente desviado
Patrimônio
Lavagem de dinheiroA PF investigou também o uso do dinheiro supostamente desviado
dos contratos para compra de imóveis e bens, como um sítio em São
Bento do Sapucaí e um apartamento em Ubatuba
Outro ladoAdvogado do casal rebate as acusaçõesTaubatéOs acusados de envolvimento no suposto esquema de corrupção
negaram participação nas fraudes.
A defesa da família Peixoto disse que, se a ação for aceita pela Justiça
A defesa da família Peixoto disse que, se a ação for aceita pela Justiça
Federal, os envolvidos terão oportunidade de mostrar inocência.
“Não fomos notificados ainda sobre a denúncia, mas se ela for aceita
“Não fomos notificados ainda sobre a denúncia, mas se ela for aceita
será uma oportunidade para que todos possam esclarecer os fatos
e mostrar que não houve fraude”, disse o advogado Thiago de Bórgia
Mendes Pereira.
“Até o momento estivemos numa fase inquisitória, em que a Polícia
“Até o momento estivemos numa fase inquisitória, em que a Polícia
Federal fez o trabalho dela, mas em que não há espaço para defesa.
Na fase processual teremos este espaço.”
O advogado negou fraudes. “Essas acusações são desprovidas de
O advogado negou fraudes. “Essas acusações são desprovidas de
qualquer fundamento”, afirmou.
A defesa também irá aguardar o julgamento do pedido de sequestro
A defesa também irá aguardar o julgamento do pedido de sequestro
de bens para avaliar a necessidade de ingressar com recurso judicial.
Acordo. Paulo Sérgio Mendes de Carvalho, advogado de Fernando
Acordo. Paulo Sérgio Mendes de Carvalho, advogado de Fernando
Gigli e Luciane Prado Rodrigues, afirmou que, após ser notificado,
pedirá à Justiça o benefício da delação premiada para ambos.
“Vamos analisar o que diz a ação e requisitar que eles sejam colocados
“Vamos analisar o que diz a ação e requisitar que eles sejam colocados
como testemunhas”, disse.
Gigli depôs ao Ministério Público e Polícia Federal e revelou detalhes
Gigli depôs ao Ministério Público e Polícia Federal e revelou detalhes
do suposto esquema de desvio de verbas e pagamento de propina.
José Eduardo Touso não foi localizado para comentar.
José Eduardo Touso não foi localizado para comentar.
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