domingo, 20 de maio de 2012

Hélio Rubens lembra meio século dedicado ao basquete de Franca

OUR TRIBUTE TO THE GREAT TALENT
BRAZIL'S BASKETBALL ATHLETE THAT
Bequeathed SEEDS GOOD SPORTS
/05/2012 - 12h08

Hélio Rubens lembra meio século dedicado ao basquete de Franca



A última terça-feira, 24 horas depois de o técnico Hélio Rubens Garcia,
71, ter anunciado o fim de uma relação de meio século com o basquete
 de Franca, foi para o treinador um dia para relembrar a sua própria história.
Deu entrevistas, motivadas pelo anúncio feito no dia anterior de que deixará
 o comando do Franca Basquete em junho, e recebeu telefonemas de
 apoio a sua decisão.
Falou com a Folha na sala onde guarda as medalhas recebidas na 
carreira como jogador e técnico --em Franca e na seleção brasileira,
 além do período em que comandou Uberlândia e Vasco.
Edson Silva/Folhapress
O técnico do Franca Basquete, Hélio Rubens, que anunciou sua saída do clube, na sala de troféus da equipe
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O técnico do Franca Basquete, Hélio Rubens, que anunciou sua saída do clube, na sala de troféus da equipe
Nas duas horas de entrevista, a conversa foi interrompida por sete
telefonemas. Falou com atletas e empresários --como Luiza Helena 
Trajano, do Magazine Luiza.
Numa ligação, em especial, chorou. Do outro lado da linha estava
 o advogado William Wanderley Jorge, 71, com quem jogou, ainda
 no colégio, sob o comando de Pedro Morilla Fuentes, o Pedroca,
 pioneiro do basquete moderno em Franca.
"Ele chorou de lá e eu chorei daqui. Foi uma honra ter jogado
 basquete, ainda que de maneira medíocre, ao lado do Hélio",
 disse o advogado em entrevista à Folha.
O INÍCIO
"Já naquela época, quando um jogo estava difícil, a regra era:
 passa a bola para o Hélio", afirma Jorge, rememorando as partidas
 disputadas no final dos anos 1950.
O time do qual Hélio Rubens e Jorge fizeram parte no IETC, o
 colégio estadual de Franca onde Pedroca era professor de educação
 física, foi o embrião da equipe que viria a se profissionalizar e
 conquistar destaque nacional.
Era para Hélio Rubens, porém, um período de dúvidas. Muita gente
 não imagina, mas o passado do mais vitorioso técnico do basquete
 brasileiro pendia muito mais para o campo de futebol.
Ele dividia seu tempo entre o basquete no IETC e as partidas de
 futebol como médio-volante da Francana. "Eu era muito melhor
 no futebol do que no basquete."
O fato que o empurrou de vez para o basquete ocorreu mais por
 iniciativa de um terceiro do que dele próprio.
A DEFINIÇÃO
Em 1959, quando já se destacava no basquete, ele foi orientado
 por amigos a pedir uma garantia da diretoria da Francana, para 
o caso de se lesionar no campo e ficar impedido de entrar em quadra.
Dias antes de um jogo contra o Atlético-MG, foi ao então presidente
 da Francana, Angelo Tornatore, e fez o pedido. O dirigente recusou
 e foi ao Botafogo de Ribeirão emprestar outro médio-volante para a partida.
A substituição levou Hélio Rubens ao choro. "Então eu disse: a partir
 de hoje não jogo mais futebol. E fui para o basquete", conta.
A decisão parecia fazer sentido. Afinal, Hélio Rubens seguiria os
 passos do pai, Francisco Garcia do Nascimento, o Chico Cachoeira,
 que já representava a cidade em partidas de basquete nos anos 1930.
Cachoeira deu ao basquete três filhos: além de Hélio, Totô e Fransérgio,
 que chegaram a jogar juntos. Helinho, armador do Franca e filho de 
Hélio Rubens, é a terceira geração na modalidade.
POLÍTICA
Já consagrado com títulos por Franca e até com um vice-mundial 
pela seleção (1970), Hélio Rubens se elegeu vereador em 1976.
 Permaneceu no cargo por 12 anos --dois mandatos de seis anos.
Enquanto ganhava mais títulos, propôs projetos que se tornaram
 leis, como a criação do distrito industrial da cidade e a isenção da 
passagem de ônibus para idosos.
Desistiu da política, embora tenha permanecido filiado ao PMDB e
 sido assediado a concorrer a deputado. "Não era a minha missão", diz.
FUTURO
O fim do casamento com o Franca Basquete, segundo ele, marca o 
reconhecimento de uma missão cumprida.
Ele prefere, porém, não colocar uma pedra definitiva sobre a relação
. Afirma que pode, no futuro, até voltar a trabalhar em Franca, talvez
 em um cargo de direção.
Mostra-se tranquilo mesmo sobre recentes cobranças de parte da
 torcida, principalmente em razão da escassez atual de títulos --o
 último estadual é de 2007 e o nacional está mais distante, em 1999.
Agora, aos 71 anos, pode voltar às origens --avalia proposta para
 assumir cargo no Uberlândia, time da segunda divisão do futebol
 de Minas. Mas também revela contatos com o basquete argentino.
Questionado se, caso tenha que escolher, preferiria outra vez o
 basquete, como fez há 50 anos, foi bem direto: "Ah, acho que eu prefiro."

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